Título: OMC fará reunião a pedido de Celso Amorim
Autor: Oliveira, Eliane e Passos, José Meirelles
Fonte: O Globo, 02/04/2007, O País, p. 5

Segundo chanceler, mundo iria piorar sem Rodada de Doha

WASHINGTON. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, obteve sinal verde dos principais países associados à Organização Mundial do Comércio (OMC) para que seja realizada em maio reunião ministerial em Genebra, Suíça, sede do organismo. O aval definitivo foi dado pela representante de Comércio da Casa Branca, Susan Schwab. Amorim já havia conversado antes com outros negociadores, como o indiano Kamal Nath, no início do mês passado.

- A reunião deverá acontecer com quem tem os números e com o conjunto dos membros. Não é viável você fazer um acordo entre quatro, seis ou oito países e deixá-lo parado no ar durante um mês esperando para ver quem é que vai bombardeá-lo - disse o ministro.

Segundo Amorim, o mundo não vai acabar sem a Rodada de Doha mas, certamente, vai piorar. Ele afirmou que "o Brasil sobreviverá, assim como todos sobreviverão". Só que em níveis piores em termos de bem-estar, com impactos significativos na pobreza, na imigração e na criminalidade:

- Não se trata de salvar o mundo, mas de melhorar o mundo - disse ele.

Lula a Bush: tática de isolar países não funciona

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou a iniciativa de incluir em sua estratégia de integração da América do Sul um personagem com o qual não simpatizam vizinhos como Venezuela e Argentina: o presidente George W. Bush.

- Eu convidei o presidente Bush e os Estados Unidos a serem parceiros nesse processo de integração e de construção da integração física do nosso continente - anunciou Lula, ao lado de Bush, em Camp David.

Segundo fontes diplomáticas, Lula tratou de convencer o seu colega americano de que as divergências precisam ser encaradas de forma racional e que a tática de isolar países não seria uma política adequada para manter a estabilidade democrática na região.

- Eu disse ao presidente Bush que, se nós quisermos garantir a democracia na América do Sul, garantir o seu desenvolvimento e o fortalecimento das instituições, temos que ter consciência de que a integração física é condição básica para esse desenvolvimento.

(*) Enviada especial

(**) Correspondente