Título: Brasileiros culpam governo por caos aéreo; aprovação de Lula aumenta
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Fonte: O Globo, 11/04/2007, O País, p. 10

A grande maioria (82%) tomou conhecimento do apagão no setor

BRASÍLIA. O governo federal é o vilão do caos do sistema aéreo brasileiro. A pesquisa CNT/Sensus revela que 25,8% dos que tomaram conhecimento da crise consideram que a responsabilidade pelo apagão aéreo é do governo federal como um todo, 9,9% acham que a culpa é da Aeronáutica e 9,3% responsabilizam a Infraero.

Os controladores de vôo foram responsabilizados por 15,1% dos entrevistados; 10,9% culpam as companhias aéreas; e 13,4% atribuem a responsabilidade a todos os envolvidos no problema. Dos entrevistados, 82% tomaram conhecimento ou ouviram falar da crise.

A aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva cresceu, assim como a avaliação positiva do seu governo, atingindo agora o terceiro melhor desempenho desde janeiro de 2003, de acordo com a pesquisa CNT/Sensus. Apesar da melhora desses índices, os entrevistados dizem que, nos últimos seis meses, houve piora em quatro de cinco indicadores sociais. E o principal projeto do segundo mandato, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), é pouco conhecido e desacreditado pelos que ouviram falar dele.

Segundo a pesquisa, a avaliação positiva do governo subiu de 43,6% em agosto de 2006 (última avaliação do governo feita pelo Sensus) para 49,5%. No mesmo período, a aprovação do desempenho pessoal do presidente passou de 59,3% para 63,7%. A desaprovação caiu de 32,5% para 28,2%.

-- A melhora nos índices de aprovação do presidente e da avaliação positiva do governo são reflexos de uma economia equilibrada, com geração de emprego e distribuição de renda - afirmou o cientista político Ricardo Guedes, do Instituto Sensus.

O levantamento identificou que o PAC é desconhecido de 59% dos ouvidos, e 32,2% têm acompanhado ou ouviram falar dele. A credibilidade do PAC baixa: só 18,6% acreditam que vai ajudar o país a crescer.

Para parte dos entrevistados houve piora em quatro de cinco indicadores sociais no último semestre: o emprego piorou para 35,5% e melhorou para 29,7%; a renda mensal diminuiu, segundo 28,4%, e aumentou para 20,3%; a saúde piorou para 46,1% e melhorou para 23,8%. A avaliação mais negativa se refere à área de segurança pública, que piorou para 60,5% dos ouvidos e melhorou para apenas 16,6%. O único setor em que se considera que houve melhora foi a educação: melhorou para 36,3%; e piorou para 29,8%.

A pesquisa mostra otimismo com o segundo mandato de Lula: para 54,8% dos ouvidos, os próximos quatro anos serão melhores; 19,6% disseram que será pior e 18,7%, que será igual. A pesquisa CNT/Sensus ouviu duas mil pessoas em 24 estados entre os dias dois e seis de abril e a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

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