Título: Deputado não deve ter nada na cabeça
Autor: Braga, Isabel
Fonte: O Globo, 12/04/2007, O País, p. 13

Chapéu no plenário irrita Chinaglia.

BRASÍLIA. O deputado Edigar Mão Branca (PV-BA) terá de arranjar um outro jeito de se destacar entre os 512 companheiros de plenário. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), conseguiu tempo ontem para comprar briga com o baiano, cantor de forró, que assumiu na vaga do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). Mão Branca tirou a paciência de Chinaglia por usar um chapéu de vaqueiro durante as sessões do plenário.

O chapéu de Mão Branca foi discutido na reunião da Mesa Diretora. O regimento não é claro sobre a proibição específica de chapéu em plenário, mas o entendimento dos dirigentes é que o símbolo do cangaço não condiz com a indumentária do Parlamento. Chinaglia tentou dissuadir Mão Branca, mandando um funcionário pedir que o forrozeiro tirasse o chapéu. Mas foi mal-recebido:

- Não tiro, isso é preconceito! O presidente tem que respeitar o meu direito. O chapéu é minha marca desde que trabalhava na roça. As pessoas me conhecem assim. Só o povo pode me tirar o chapéu! - resistiu Mão Branca.