Título: Chinaglia defende reajuste de 82% para Lula
Autor: Braga, Isabel
Fonte: O Globo, 12/04/2007, O País, p. 13

Líderes dos partidos apóiam equiparação do salário do presidente e de ministros ao subsídio dos parlamentares.

BRASÍLIA. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), defendeu ontem um reajuste de 82% no salário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hoje de R$8.900, para que sua remuneração seja equiparada aos vencimentos dos parlamentares. A proposta tem apoio de líderes de todos os partidos e foi defendida por Chinaglia um dia depois de ele estar com Lula, no encontro dos prefeitos. Em reunião da Mesa Diretora, ontem, foi rejeitado o aumento da verba de gabinete de R$50.800 para R$65.100, mas foi confirmada a elaboração de um projeto de correção, pela inflação, dos subsídios dos parlamentares de R$12.800 para R$16.200.

- A minha opinião e dos líderes, quando conversamos a respeito, é que achamos mais do que razoável que o presidente ganhe, pelo menos, igual a deputados e senadores. Vamos consultar o Executivo para não provocar qualquer tipo de surpresa - afirmou Chinaglia.

O presidente da Câmara disse que conversará também com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já que a decisão de reajuste dos vencimentos terá que ser tomada pelas duas Casas. E deixou claro que, embora vá consultar o Executivo, a responsabilidade sobre os aumentos é do Congresso.

O líder do governo na Câmara, José Múcio (PTB-PE), disse que não conversou com qualquer ministro ou com Lula sobre um aumento nos vencimentos da cúpula do Executivo. Ele, contudo, é favorável à equiparação dos salários dos parlamentares com o dos ministros:

- Sou contrário a ter ministro com salários diferentes. É o que acontece quando um deputado assume um ministério - disse, referindo ao fato de que o deputado pode optar por receber os R$12.800 como parlamentar e não os R$8.400 que recebem os ministros.

O último reajuste no salário do presidente da República foi em fevereiro de 1995. Se fosse aplicada a inflação, segundo o IPCA, o salário teria de ter um reajuste de 155,2%, indo de R$8.500, valor de 1995, para R$21.700. De 95 até agora, o salário presidencial foi para R$8.800 em janeiro de 2002 e R$8.900 em janeiro de 2003.

A Comissão de Finanças da Câmara já aprovou reajuste para os salários do presidente e dos ministros, que previa apenas a reposição da inflação dos últimos quatro anos. O salário do presidente subiria para R$11.239, e continuaria menor que os dos parlamentares.