Título: Governadores pedem liberdade de gasto
Autor: Braga, Isabel
Fonte: O Globo, 14/04/2007, O País, p. 10

BRASÍLIA. Reunidos ontem no Palácio da Redenção, sede do governo da Paraíba, em João Pessoa, os governadores Cássio Cunha Lima (PB), Jacques Wagner (BA), Eduardo Campos (PE), Cid Gomes (CE), Wellington Dias (PI), Wilma de Faria (RN) e Marcelo Déda (SE) decidiram pedir urgência ao governo federal na modificação de critérios e procedimentos, por parte da Secretaria do Tesouro Nacional, para a ampliação da capacidade de endividamento dos Estados.

Segundo os governadores, a medida propiciará o crescimento do país e promoverá o desenvolvimento dos estados. Além dos sete governadores, o vice-governador do Maranhão, Luiz Carlos Porto, e o vice de Alagoas, José Wanderley Neto, discutiram três temas que consideram relevantes para o Nordeste: turismo, segurança pública e combate à seca.

Durante o 2º Encontro de Governadores do Nordeste, os governadores divulgaram, no início da noite, a Carta de João Pessoa, na qual também pedem o descontingenciamento dos recursos orçamentários destinados à segurança pública e ao sistema penitenciário. Também reivindicam a utilização de recursos do Fundo de Universalização dos Sistemas de Telecomunicações (FUST) em políticas de comunicação.

Na carta, os governadores sugerem o fortalecimento de políticas públicas que visem a uniformização de ações estratégicas da inteligência, por meio de um gabinete de gestão unificada, com ações preventivas e repressivas contra o crime organizado nas divisas dos Estados.

O 2º Encontro de Governadores do Nordeste teve a participação da ministra do Turismo, Marta Suplicy, do secretário Nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, e do secretário para Assuntos Federativos da Presidência da República, Vicente Trevas. Dos sete governadores presentes, apenas o da Paraíba, o tucano Cássio Cunha Lima, faz oposição ao presidente Lula, que foi poupado de qualquer crítica no encontro.

Indagados se teriam coragem de enfrentar o Planalto, caso o governo não atenda às reivindicações, o próprio Cunha Lima respondeu, em nome dos colegas, que não há intenção de brigar com o governo federal, mas de dialogar de forma respeitosa e harmoniosa.

(*) Especial para O GLOBO