Título: Polícia bate às portas de condomínio de luxo na Avenida Sernambetiba
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Fonte: O Globo, 14/04/2007, Rio, p. 16

Três moradores, entre os quais um desembargador, são levados presos

Condomínio luxuoso, com apartamentos com mais de 500 metros quadrados, taxa de manutenção em torno de R$1.500 mensais e IPTU na casa dos R$8 mil, o Atlântico Sul passaria despercebido do noticiário policial, não fossem alguns moradores insuspeitos que de vez em quando surpreendem os vizinhos. Ali, por exemplo, morava o mafioso italiano Tomaso Buschetta, preso em 1983. Ontem, às 6h, os policiais federais chegaram ao condomínio, na Avenida Sernambetiba 3.600, com três mandados de prisão e busca e apreensão. Um deles era contra o desembargador José Eduardo Carreira Alvim, até anteontem vice-presidente do Tribunal Regional Federal (TRF).

Morador bloco 3, o desembargador foi preso, assim como um morador do bloco 4. No bloco 1, os agentes, armados de pistolas e metralhadoras, prenderam Laurentino Freire dos Santos, sócio num bingo de nome não divulgado até a noite de ontem pela PF. Dos donos dos três apartamentos vasculhados, os policiais apreenderam seis carros, quatro deles importados.

Dos 12 detidos na Operação Tsunami, deflagrada pela PF em novembro passado para prender jovens traficantes de drogas sintéticas, cinco moravam em prédios na Barra e no Recreio. O advogado Carlos Henrique Moscoso, de 29 anos, morava com os pais no Atlântico Sul.

Em abril de 2006, foram presos 56 fiscais da Delegacia Regional do Trabalho no Rio, numa investigação sobre corrupção na DRT. Um dos suspeitos poderia conseguir até R$1 milhão pelo seu apartamento no condomínio Atlântico Sul.