Título: Em SP, depressão tira professores de salas de aulas
Autor: Lins, Letícia
Fonte: O Globo, 15/04/2007, O País, p. 4

Secretária admite que é alto o número de licenças médicas.

SÃO PAULO. Cerca de 46,5% dos aproximadamente 250 mil professores da rede estadual de ensino de São Paulo sofrem de estresse ou depressão, segundo o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp). Muitos professores têm de parar de dar aulas e são "readaptados" para outras funções fora da sala de aula.

A secretária estadual de Educação, Maria Lúcia Vasconcelos, reconhece que é alto o número de licenças médicas na rede, de cerca de seis mil escolas, mas não soube precisar quantos são os casos de depressão e estresse:

- No século XXI, a vida é estressante. E a profissão de professor exige muito envolvimento, muita dedicação. É preciso saber lidar com o estresse.

Outros problemas que a categoria enfrenta, segundo o presidente da Apeoesp, Carlos Ramiro, são os baixos salários, a falta de incentivos e o envelhecimento dos professores.

- Os professores estão ficando velhos, e os recém-formados não querem dar aulas. Vão para o magistério porque não conseguiram emprego melhor. E, quando conseguem algo melhor, rapidamente abandonam a escola - diz, lembrando ainda que há cada vez menos formados em física, química, matemática, biologia e filosofia interessados em dar aulas.

Os salários dos professores paulistas, segundo a Apeoesp, giram em torno de R$850/900 para começo de carreira, incluindo gratificações. Mas, segundo a Secretaria de Educação, há dois pisos: R$1.144,39 para educação básica 1 e R$1.295,76 para educação básica 2.