Título: Câmara corta serviço médico para jornalistas
Autor: Lima, Maria e Braga, Isabel
Fonte: O Globo, 20/04/2007, O País, p. 10

Casa, com 476 profissionais credenciados, pagou por 1.800 atendimentos em 2006, um gasto de R$187 mil.

BRASÍLIA. A Mesa Diretora da Câmara informou ontem, por meio de nota divulgada no site da Agência Câmara, que será cortado o atendimento médico-ambulatorial oferecido, desde 1992, aos jornalistas credenciados para a cobertura de imprensa na Casa. O serviço, extensivo aos familiares dos jornalistas, foi tratado na Agência Câmara como uma anomalia que precisa ser corrigida. A Mesa não autorizou a divulgação da lista de jornalistas atendidos, alegando sigilo médico.

No ano passado, segundo o primeiro-secretário da Câmara, Osmar Serraglio (PMDB-PR), mais de 1.800 consultas foram prestadas a jornalistas e seus dependentes. Isso teria representado um gasto de R$187 mil aos cofres da Casa. Hoje, são 476 profissionais de imprensa credenciados, entre jornalistas, repórteres fotográficos, cinegrafistas e técnicos. Para atingir esse número de consultas, cada um dos credenciados teria que ter procurado o serviço médico mais de três vezes.

Ao ser informado por Serraglio de que o benefício seria cortado, o presidente do Comitê de Imprensa, jornalista José Maria Trindade, da Rádio Jovem Pan, disse que não haveria objeção, mesmo porque a maioria dos credenciados sequer sabia dessa possibilidade.

¿ Não vamos brigar para manter esse serviço. O que queremos é manter as condições de trabalho, de acesso ao plenário ¿ disse Trindade a Serraglio, referindo-se à proposta em estudo na Câmara para tirar o funcionamento do Comitê de Imprensa do lado do plenário.

¿ É que vocês estão no time dos que não precisam, dos jornalistas de primeira classe, mas só ano passado foram 1.800 consultas ¿ disse Serraglio.

Afastamento do Comitê de Imprensa está em estudo

Em outra reportagem da Agência Câmara, a Mesa Diretora confirma que um grupo de estudo foi constituído para dar parecer sobre a proposta de reordenação do espaço físico, incluindo o deslocamento do Comitê de Imprensa. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), confirmou que a mudança do comitê pode ser efetivada ainda na sua gestão.