Título: Seis meses depois, dossiê entra na pauta do TSE
Autor: Braga, Isabel e Vasconcelos
Fonte: O Globo, 24/04/2007, O País, p. 10

Corregedor deixa o cargo hoje.

BRASÍLIA. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) marcou para hoje o julgamento da representação movida pela coligação PSDB-PFL, que lançou Geraldo Alckmin à Presidência ano passado, para investigar a tentativa de compra de um dossiê contra tucanos por membros do PT. O julgamento acontece no mesmo dia em que o corregedor do tribunal, Cesar Asfor Rocha, deixa o TSE, após dois anos de mandato. O ministro foi o responsável pelo caso desde que a investigação chegou ao TSE.

Após a leitura do parecer de Rocha, um eventual pedido de vistas por parte de algum dos ministros na sessão de hoje pode adiar o julgamento por tempo indeterminado e excluir Rocha - que não fará mais parte do tribunal - das discussões sobre o caso. A assessoria do TSE informou, no entanto, que não há risco de que a escolha de um novo corregedor atrase o andamento do processo.

Segundo o tribunal, no caso de um pedido de vistas, o voto de Rocha como corregedor já estaria computado e os outros sete ministros apenas anunciariam suas posições. Portanto, não haveria a necessidade de um novo corregedor analisar o processo desde o início.

O julgamento ocorre seis meses após o episódio do dossiê. São acusados na investigação de abuso de poder econômico o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, o empresário Valdebran Padilha, o advogado Gedimar Passos e o ex-assessor da Presidência Freud Godoy.

Na representação, PSDB e PFL relatam que a Polícia Federal prendeu, em 16 de setembro de 2006, Valdebran Padilha e Gedimar Passos, com US$248,8 mil e R$1,168 milhão. O dinheiro seria usado para comprar um dossiê contra os candidatos tucanos a presidente, Geraldo Alckmin, e a governador de São Paulo, José Serra. A ação pede que seja cassado o registro de diplomação do presidente Lula por suposto abuso de poder econômico