Título: Eurico Miranda e Chiquinho da Mangueira são investigados pela PF
Autor: Gripp, Alan e Carvalho, Jaílton de
Fonte: O Globo, 21/04/2007, Rio, p. 15

Policial civil fez contato com políticos para doação de campanha.

A Polícia Federal investiga se o presidente do Vasco, Eurico Miranda, que foi candidato a deputado federal e não se elegeu, e o ex-secretário de Esportes e atual deputado estadual Chiquinho da Mangueira teriam recebido contribuições para a campanha à deputado estadual, no ano passado. Os dois políticos são citados em gravações feitas pela PF em setembro do ano passado. De acordo com as investigações da Polícia Federal, o policial civil Marcos Antonio Bretas, o Marcão, aparece fazendo contatos com candidatos ou assessores durante a campanha.

Policial marca encontro em comitê de campanha

Numa das gravações que constam do inquérito, em 5 de setembro do ano passado, Marcão fez uma ligação para um homem conhecido como Cesar e pergunta pelo candidato Chiquinho da Mangueira. O policial avisa que já saiu do Maracanã e que está na porta do comitê de Chiquinho. Segundos depois, o então secretário estadual de Esportes entra na ligação e diz que já está indo para o local do encontro.

Presidente do Vasco diz que confia em seu colaborador

Marcão, porém, avisa que vai almoçar. Por sua vez, Chiquinho fala que se o policial quiser "se adiantar pode deixar na mão do Greco". Os policiais suspeitam que o candidato receberia alguma doação da contravenção. Não há no relatório qualquer conclusão sobre o assunto. O candidato Chiquinho não foi encontrado para comentar o assunto.

Sobre Eurico Miranda, a Polícia Federal flagrou um homem identificado como Antonio Vicente, que se diz assessor do presidente do Vasco. Vicente diz que foi o capitão Guimarães que deu seu cartão a Marcão. O policial civil garante que vai fazer referência ao nome de Eurico "para que não esqueçam dele".

- Se o Antônio Vicente citado neste relatório for o Porphirio (vice-presidente da sede do Calabouço, do Vasco), não há menor possibilidade de ter recebido dinheiro. Ele trabalhou comigo na campanha, mas não fez isso. Nem eu recebi dinheiro nem ele. É uma pessoa da minha confiança. Por ele, eu não ponho só as mãos no fogo. Ponho os braços, a cabeça e as pernas - garantiu Miranda.

* do Extra