Título: O sumiço das provas
Autor: Galhardo, Ricardo
Fonte: O Globo, 25/04/2007, Rio, p. 16

Desembargador esconde 7 carros de luxo

Segundo a investigação, o empresário Sidney Ribeiro trocou os discos rígidos de seus computadores pouco antes da operação. O desembargador Roberto Haddad, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), retirou sua coleção de carros do prédio onde mora, no bairro de classe média-alta do Itaim, na noite anterior à operação. Segundo imagens colhidas pela PF no prédio e informações de funcionários do edifício, foram retirados sete automóveis de luxo e uma moto. A PF tem um CD com todas as imagens gravadas, inclusive a do desembargador Haddad dirigindo um dos carros que escondeu.

O oferecimento da delação premiada é uma das formas encontradas pela PF para compensar o prejuízo causado pelo vazamento. De acordo com a PF, alguns indícios que comprovariam a autoria dos crimes foram encontrados entre os 85 malotes e dezenas de sacos plásticos recolhidos em mais de 70 buscas e apreensões realizadas na sexta-feira passada.

Mas o vazamento chegou a atrasar a operação. A previsão inicial da PF paulista era deflagrar a Operação Têmis juntamente com a Operação Furacão, feita uma semana antes no Rio. O trabalho para conter o vazamento provocou atrasos.

Os próximos passos serão a análise dos discos rígidos recolhidos na semana passada e a quebra do sigilo bancário dos suspeitos. O ministro do STJ Felix Fischer autorizou a quebra dos sigilos dos 43 investigados, mas a PF deve requerer ao Banco Central dados de apenas 20. A idéia é focar a investigação nos cabeças da suposta quadrilha e otimizar o tempo e recursos disponíveis.