Título: Base aliada pressiona por isenção para soja
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Fonte: O Globo, 25/04/2007, Economia, p. 24

Secretário da Receita seria contra renúncia de R$600 milhões.

BRASÍLIA. A base aliada está em pé de guerra por causa da dificuldade imposta pelo secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, na negociação sobre o fim do imposto para esmagamento e industrialização da soja, uma renúncia estimada em R$600 milhões. A chamada "emenda Blairo Maggi" será incluída hoje na votação da medida provisória 351, que trata da criação do regime especial de incentivo para fundos que apliquem em infra-estrutura. Os líderes da base dizem ter votos para aprová-la, mas querem uma garantia de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vai vetá-la.

Após reunião no gabinete do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), líderes de PMDB, PP, PR, PTB e PT deram um ultimato ao líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE). Se o assunto não for resolvido, haverá uma rebelião na base. A discussão foi tensa.

Aos gritos, o ex-líder do PR Sandro Mabel (PR-GO) disse que na reunião do Conselho Político, semana passada, o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, obteve do ministro da Fazenda, Guido Mantega, sinal verde.

- O Mantega foi simpático à proposta. O que está pegando? - perguntou o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN).

- Mantega foi simpático, mas a Receita não aceita! O Rachid não quer! - respondeu Múcio.

Segundo Mantega, não há predisposição contrária à isenção de impostos para o esmagamento de soja. Ele disse que o pedido está sendo analisado. Só em Goiás, segundo os líderes, seriam extintas cinco mil vagas com o fechamento de empresas que esmagam soja.

COLABOROU Martha Beck