Título: Professores protestam; Lula os recebe
Autor: Guedes, Ciça e Lamego, Cláudia
Fonte: O Globo, 26/04/2007, O País, p. 9

Categoria faz manifestação em Brasília contra o novo piso de R$850

Chico de Gois e Ailton de Freitas

BRASÍLIA e SÃO PAULO. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu ontem representantes dos professores que fizeram manifestações em Brasília contra o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado na terça-feira. De acordo com Jussara Dutra Vieira, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), os representantes dos professores disseram ao presidente que o piso de R$850, anunciado ontem por ele como uma forma de garantir um salário mínimo para o magistério, significa, na verdade, um teto.

Jussara afirmou que, da forma como o projeto foi enviado ao Congresso, os R$850 incorporam outros benefícios indiretos, como vale-transporte, vale-refeição e gratificações:

- Esse conceito é que achamos que tem de mudar.

Além disso, diz a presidente da CNTE, o projeto não prevê remunerações distintas para professores que têm títulos de mestres ou doutores, o que não incentivaria a categoria a se aperfeiçoar:

- O piso é um teto.

Segundo Jussara, Lula ouviu os manifestantes, mas disse que eles devem procurar o Ministério da Educação e o Congresso.

- Ele não entrou no mérito da discussão, mas se mostrou receptivo e disse que o projeto pode ser melhorado no Congresso - informou.

Centenas de professores da rede pública fizeram ontem uma passeata na Esplanada dos Ministérios para protestar contra o piso. Os professores afirmam que alguns estados já pagam R$850 e pedem mais. Os professores passaram pelo Congresso e pelo Palácio do Planalto e depois voltaram ao MEC.

Em São Paulo, profissionais da educação municipal participaram ontem de manifestação em frente à Secretaria Municipal de Gestão para entregar a pauta de campanha salarial da categoria, cuja data-base é maio, ao governo municipal.

Promovida pelo Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), a manifestação reivindicou a valorização profissional, melhores condições de trabalho, incorporação de gratificação aos vencimentos e pagamentos dos direitos de aposentados e readaptados.

Segundo Claudio Fonseca, presidente do Sinpeem, o Governo prometeu dar uma resposta às questões financeiras até o fim de maio.

- Nossa proposta é elevar o salário dos professores para R$964 (20 horas) para R$1.929 (40 horas) - disse Fonseca

COLABOROU