Título: Emprego formal no 1º trimestre é recorde
Autor: Doca, Geralda
Fonte: O Globo, 26/04/2007, Economia, p. 30

Saldo de 399 mil contratações com carteira assinada é o melhor desde 1992. Indústria mostra recuperação.

BRASÍLIA e SÃO PAULO. O número de novos trabalhadores com carteira assinada quase dobrou em março em relação a fevereiro e atingiu um saldo positivo de 146.141 novas contratações. Esse foi o melhor resultado para o mês da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), iniciada em 1992. No primeiro trimestre deste ano, foram criados 399.628 empregos, também o melhor desempenho para o período. Um dos destaques do cadastro divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho foi a recuperação da indústria. Em desaceleração nos últimos dois anos, o setor respondeu pela abertura de 110.448 postos, entre janeiro e março.

- Estamos há três meses consecutivos num crescimento consistente - comemorou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.

Ele disse, no entanto, que ainda não é possível afirmar se essa é a tendência para o ano, devido a fatores de sazonalidade. Mas afirmou que o nível do emprego em 2007 deverá ficar próximo ao registrado em 2004 - o melhor ano do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando foi criado 1,5 milhão de empregos com carteira assinada.

Além da recuperação das contratações na indústria, o Caged mostrou que o setor de serviços continua puxando o emprego formal no país: foram 56.527 postos em março e 166.670 no primeiro trimestre do ano - igualmente o melhor desempenho da série. O mesmo aconteceu com a agricultura, que abriu 50.558 vagas entre janeiro e março deste ano, favorecida, principalmente, pelas atividades do complexo sucroalcooleiro e pelo desempenho das commodities no mercado internacional.

Com exceção do Nordeste, que eliminou 11.831 vagas, houve elevação do nível do emprego em todas as regiões, em março, com destaque para o Sudeste, com 106.869 postos, e o Sul, com 33.767. Entre os estados, São Paulo respondeu por 67.223 das vagas abertas. Em seguida, vêm Minas Gerais e Paraná. No Rio foram criados 10.696 empregos.

Pesquisa divulgada ontem pela Fundação Seade e pelo Dieese mostra que o desemprego em seis regiões metropolitanas do país (São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador e Distrito Federal) aumentou de 15,9% para 16,6% da População Economicamente Ativa (PEA) em março, movimento considerado normal para este período do ano. O número de desempregados, que era de 3,052 milhões em fevereiro, passou para 3,171 milhões em março - dos quais 1,598 milhão só na região metropolitana de São Paulo.

COLABOROU Aguinaldo Novo