Título: Faltam 2 mil professores em Alagoas
Autor: Weber, Demétrio
Fonte: O Globo, 27/04/2007, O País, p. 8

No Piauí, que ficou em 20º lugar no ranking, a categoria entrou em greve.

MACEIÓ e TERESINA. Em Alagoas, que ocupa o último lugar no ranking do Ideb, da 1ª a 4ª série por estados, faltam dois mil professores de disciplinas como matemática, física e química. Novo concurso só poderá ser realizado no fim do ano, se a arrecadação aumentar. Esse é o diagnóstico dos secretários de Educação do estado e de Maceió, Fábio Farias e Tadeu Lira.

A pior escola de Alagoas é a Gentil Malta, em Mata Grande, no sertão, com 500 alunos dos ensinos fundamental e médio. O teto ameaça desabar, as paredes estão mofadas, e os telhados viraram abrigos para morcegos. Os sanitários estão entupidos, e não há água para beber.

No Piauí, que ficou em 20º lugar, vários casos retratam a penúria da educação no estado. Ontem, por exemplo, no Centro de Educação Básica Governador Freitas Neto, no bairro Piçarreira, na periferia de Teresina, crianças da 2ª série do ensino básico foram embora após esperar a professora por duas horas. Elas deixaram a escola, às 15h30m, após a distribuição da merenda escolar. Na sala, cadeiras e carteiras estão quebradas, e as janelas, sem vidro, cobertas com pedaços de madeira.

Há no Piauí 591 escolas públicas, 67.441 alunos e 16.240 professores. Desde anteontem, os professores estaduais entraram em greve reivindicando salário de R$1,4 mil. A diretora da Unidade de Planejamento da Secretaria de Educação, Maria da Conceição Castelo Branco Leite, afirmou que os dados do Ideb refletem a realidade que o governo federal já apontava nos exames nacionais de avaliação.

(*) Especial para O GLOBO