Título: Britânicos repensam ida de Harry à guerra
Autor: Passos, José Meirelles
Fonte: O Globo, 27/04/2007, O Mundo, p. 28

Príncipe deixaria Exército.

LONDRES. Autoridades militares britânicas estão revendo a decisão de enviar o príncipe Harry ao Iraque. O motivo é que o príncipe, o terceiro na linha de sucessão para o trono, é tido como alvo em potencial de ataques insurgentes, e o Exército teme por sua segurança e também pela de seu batalhão. Segundo o Ministério da Defesa britânico, o cancelamento da viagem, prevista para as próximas semanas, ¿está sendo levado em consideração¿. O príncipe está participando de exercícios de preparação e há relatos, segundo fontes, de que teria ameaçado deixar o Exército se não puder servir no confronto.

¿ Harry teria problemas em aceitar uma decisão de mudar seu papel por razões de segurança. Ele sempre insistiu que queria servir como um oficial ativo e não ser tratado de forma diferente por causa de seu status ¿ disse uma fonte à rede de TV BBC.

Se for para o Iraque, o príncipe, de 22 anos, deve liderar uma tropa de 11 soldados que realizará trabalhos de reconhecimento e coleta de inteligência, usando tanques blindados. Em fevereiro, o Exército e a Clarence House, a residência oficial do príncipe Charles, confirmaram que Harry seria enviado ao Iraque para exercer o papel normal de um comandante de tropa em vez de desempenhar uma função burocrática, como se especulava anteriormente.

O primeiro-ministro Tony Blair se recusou a comentar a polêmica, afirmando apenas em nota que ¿o tema é da competência das Forças Armadas¿.

Harry poderá ser o primeiro integrante da família real a ser mandado para servir em uma zona de conflito desde que o príncipe Andrew, irmão de Charles, lutou na Guerra das Malvinas, em 1982. John Nott, ministro da Defesa na época da guerra contra a Argentina, disse que o caso de Harry é diferente do de seu tio porque a guerra no Iraque é mais complexa e ¿não conta com completo apoio popular¿.