Título: Expansão da economia dos EUA no 1º trimestre é a mais fraca em 4 anos
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Fonte: O Globo, 28/04/2007, Economia, p. 28

PIB subiu 1,3% e ficou abaixo das previsões. Confiança do consumidor caiu

WASHINGTON e NOVA YORK. O crescimento econômico dos Estados Unidos no primeiro trimestre foi o mais fraco em quatro anos, abalado por um mercado imobiliário em crise e pela piora do comércio internacional, informou ontem o Departamento do Comércio americano. O Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos) do país aumentou 1,3%, em termos anualizados, nos três primeiros meses do ano, ficando abaixo do previsto por analistas. Este resultado corresponde à metade da expansão de 2,5% registrada no quarto trimestre do ano passado, e ficou bem abaixo da previsão de crescimento de 1,8% feita por analistas de Wall Street. Os gastos dos consumidores - que correspondem a dois terços do cálculo do PIB - se sustentaram relativamente bem, mas um outro relatório indicou que o aumento do preço da gasolina e a desvalorização do preço das moradias com a crise no setor podem desestimular o consumo.

Dado sobre inflação preocupa os mercados

O deflator implícito do PIB (desconto da variação de preços) subiu para 4% no primeiro trimestre, mais que o dobro do trimestre anterior, que registrou 1,7%. Foi a maior alta desde o começo de 1991. O núcleo do índice de preços de gastos pessoais - uma das medidas mais observadas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) - subiu 2,2% no primeiro trimestre, pouco acima da previsão de 2,1%. Esses dados despertaram o temor no mercado financeiro de que a autoridade monetária do país mantenha elevada a taxa básica de juros do país.

- Estamos passando por um ajuste significativo nos gastos residenciais, mas sabíamos que ele viria - disse o secretário do Comércio Carlos Gutierrez. - A previsão consensual continua sendo de que uma recuperação vai começar no meio do ano.

No entanto, o índice de confiança do consumidor, apurado pela Reuters e a Universidade de Michigan, ficou em 87,1 pontos em abril, abaixo dos 88,4 pontos de março e no menor patamar em sete meses. Trata-se da terceira queda mensal seguida do índice, mas o dado de abril foi melhor do que a primeira leitura do mês e ficou acima das estimativas de analistas, devido ao otimismo com a recente alta do mercado acionário.

A leitura final de abril foi a menor desde setembro de 2006, quando o indicador ficou em 85,4 pontos. Ainda assim, o dado ficou acima da leitura preliminar de abril, de 85,3 pontos. A previsão média dos analistas era de 85,2 pontos.