Título: Nove agentes federais podem ter recebido propina de bingos
Autor: Bottari, Elenilce
Fonte: O Globo, 30/04/2007, Rio, p. 8

PF mantém suspeitos, que não foram presos, sob vigilância. Entre eles, sete são delegados lotados no Rio

Os policiais suspeitos de integrar a máfia dos caça-níqueis chegaram a se reunir na própria Superintendência da Polícia Federal para definir valores de pagamentos de propinas e escolher novos nomes de agentes que poderiam ser cooptados pela quadrilha. Relatório da PF, que serviu de base para a Operação Hurricane, mostra que nove policiais federais estariam envolvidos com o grupo.

A Corregedoria da PF mantém os agentes sob vigilância. Dos nove, sete são delegados no Rio e os outros, agentes e estão em liberdade. Um deles, identificado apenas como Delgado, é suspeito de ter recebido R$100 mil para vazar informações para a quadrilha. A operação da PF, deflagrada em 13 de abril, prendeu três delegados federais e um agente.

Foram presos na operação os delegados Carlos Pereira, Susie Pinheiro Dias Mattos, Luiz Paulo de Mattos, além do agente Francisco Martins da Silva, conhecido como Chicão. As investigações mostram que os acusados mantinham os integrantes da máfia dos bingos informados. Um dos encontros para a troca de informações foi marcado no setor de passaportes da superintendência, na Avenida Venezuela, no Centro do Rio.

A reunião teria sido organizada pelo policial civil Marcos Antônio dos Santos Bretas, o Marcão, que, após conversar com os delegados federais, teria levado uma listagem a Júlio Guimarães Sobreira, sobrinho do bicheiro Capitão Guimarães, responsável pelo pagamento de propinas. Os investigadores da federal suspeitam que a relação teria nomes de policiais que poderiam ser corrompidos.

Também é citado no relatório da PF o agente federal Antonio Othon - que não está entre os presos - que trocaria informações constantes com o delegado Luiz Paulo sobre operações da PF. Othon não foi encontrado para comentar o caso.

* do Extra