Título: Frota movida a GNV deve crescer 11% em 2007
Autor: Oliveira, Eliane
Fonte: O Globo, 04/05/2007, Economia, p. 28

Incertezas na Bolívia não afetam mercado.

SÃO PAULO e RIO. A despeito das incertezas que persistem em torno do acordo de fornecimento de gás da Bolívia para o Brasil, a frota brasileira de veículos movidos a gás natural veicular (GNV) deve crescer cerca de 11% este ano, fazendo com que o país ultrapasse a Argentina, atualmente o mercado sul-americano com maior número de automóveis movidos a gás.

A previsão foi feita ontem pelo vice-presidente da Associação Latino Americana de Gás Natural Veicular (ALGNV), R. Fernandes, durante a abertura da Expo GNV 2007, em São Paulo. De acordo com a ALGNV, há no Brasil atualmente 1,375 milhão de veículos movidos a GNV, o equivalente a 4,5% da frota total de 29 milhões de veículos leves que circulam no país. Os automóveis convertidos contam com uma rede de 1,4 mil postos habilitados ao abastecimento de GNV em todo o país.

Na Argentina, circulam 1,48 milhão de carros convertidos, o equivalente a 20% da frota total do país.

- Emocionalmente, o atual impasse político (em torno do processo de nacionalização do gás boliviano) pode ter algum impacto (no ritmo de conversão para o GNV), mas dificilmente ocorrerá algum problema. A menos que os bolivianos queiram dar um tiro no próprio pé - disse Fernandes, referindo-se ao fato de o país vizinho não ter a quem vender seu gás caso pare de fornecer para o Brasil.

O novo presidente da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), Armando Laudorio, disse ontem que o setor trabalha com a possibilidade de criação de um plano de contingenciamento da oferta de gás natural:

- Vemos um risco potencial, mas nossas ações são preventivas. A questão não é apenas o risco político, mas também operacional, no caso de haver um problema técnico com um gasoduto, por exemplo - disse Laudorio, ao ressaltar que cada estado do país terá que desenvolver um modelo independente.

Segundo Laudorio, que também é diretor da CEG, no Rio, a possível redução do gás seria concentrada na oferta para os grandes consumidores:

- É melhor concentrar o problema do que pulverizá-lo. Esta é a posição do estado e da CEG.