Título: Um plano de emergência
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Fonte: O Globo, 04/05/2007, Ciência, p. 34

Novo relatório da ONU destacará necessidade de agir agora contra caos climático.

BANGCOC e BONN.

Há muitos pontos em disputa sobre o combate do aquecimento global, mas os representantes dos mais de cem países que participam da negociação do terceiro relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC, na sigla em inglês) concordam numa coisa: é preciso agir agora. Essa deverá ser a principal mensagem do texto, que será apresentado hoje em Bangcoc, na Tailândia.

A negociação foi marcada por atritos entre países desenvolvidos e emergentes. O grupo liderado por China, Brasil e Índia exigia uma declaração de que os países desenvolvidos eram os principais responsáveis pelo aquecimento global e propuseram mais de mil emendas ao texto. Já os países ricos queriam maior comprometimento dos emergentes. Até a madrugada ainda havia muitas dúvidas sobre os custos dos cortes de emissões e a responsabilidade de cada país.

A Alemanha antecipou que vai propor metas ainda mais ousadas de redução de gases do aquecimento global. O país considera viável que o mundo se comprometa a diminuir as emissões de dióxido de carbono e outros gases em 80% até 2050. O vice-ministro do Meio Ambiente alemão, Mihael Muller, disse que seu país apresentará a proposta na próxima reunião do G-8, em junho, que será presidida pela Alemanha e terá Brasil, China e Índia como convidados. A proposta alemã leva para junho a próxima rodada do conflito entre países desenvolvidos e emergentes sobre cortes de emissões.