Título: Escola pública de nível médio em PE é modelo
Autor: Lins, Letícia
Fonte: O Globo, 06/05/2007, O País, p. 9

Vinte unidades do estado, que têm regime integral instalado com apoio da iniciativa privada, são centros de excelência.

RECIFE. Um acaso que virou um caso, que virou uma causa. A definição, colhida entre empresários e educadores, resume bem o histórico das escolas públicas de ensino médio, verdadeiros centros de excelência, que funcionam em regime integral em Pernambuco, em iniciativa pioneira no país. Elas só se transformaram em realidade por pressão da iniciativa privada. Seus indicadores são bem superiores aos dos colégios oficiais que seguem o modelo convencional. A evasão é quase zero, os índices de aprovação são bons e a nota do Enem é superior à média do Brasil. Passaram no vestibular mais da metade dos alunos que concluíram o terceiro ano.

Rede experimental começou com empresário ex-aluno

O acaso fica por conta da forma como tudo começou. Um empresário, ex-aluno do colégio mais tradicional e antigo do estado, o Ginásio Pernambucano, resolveu entrar em ação quando viu o prédio fechado, sendo devorado pelos cupins. Mas a recuperação do antigo GP virou um caso complicado, devido à polêmica sobre a ¿privatização do ensino público¿.

E a causa, porque o modelo implantado no hoje Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano (CEEGP) ganhou seguidores, virou referência e já conta com 20 unidades no estado. O problema é que essas ilhas de excelência ainda atingem um pequeno percentual de alunos ¿ só 2,8% do total de matriculados no ensino médio da rede oficial em Pernambuco. Um direito que deveria ser de todos, porque as 20 unidades simplesmente seguem o que preconiza o artigo segundo da Lei de Diretrizes e Bases do Ministério da Educação. A implantação e funcionamento desses centros passaram até a ser disciplinados em lei estadual de 2005, e hoje já existe em Pernambuco o Programa de Desenvolvimento dos Centros de Ensino Experimental (Procentro).