Título: Um batalhão de fiéis, seguranças e jornalistas nos cinco dias de visita
Autor: Freire, Flávio
Fonte: O Globo, 09/05/2007, O País, p. 4

Estimativa de gastos para receber o Papa em SP é de R$13,5 milhões.

SÃO PAULO. A visita de cinco dias do Papa Bento XVl, que chega hoje, às 16h30m, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, mobiliza investimento de R$13,5 milhões, concentração de 3.600 jornalistas credenciados para cobrir os eventos, além de 20 mil homens trabalhando na segurança da comitiva. A estimativa dos organizadores é que cerca de dois milhões de pessoas compareçam aos eventos onde o Papa estiver, entre a capital paulista e Aparecida. Dois mil agentes de trânsito também foram solicitados, e pelo menos cinco mil voluntários ligados à Igreja Católica trabalharão na organização.

Há pelo menos dois meses, os governos municipal, estadual e federal abriram os cofres para preparar a recepção em São Paulo. Do total previsto para ser gasto apenas na cidade, R$4 milhões foram divididos entre governos estadual (R$1,2 milhão), municipal (R$1,2 milhão) e federal (R$1,6 milhão). O investimento inclui, por exemplo, montagem de palco, transporte e contratação de pessoal. A Arquidiocese de São Paulo bancará, com dinheiro arrecadado dos fiéis, despesa de R$1,5 milhão.

Mas é em Aparecida, onde fica o Santuário Nacional, que os investimentos são mais volumosos. Lá, segundo a prefeitura, foram gastos R$8 milhões. Desse total, R$3,5 milhões foram arrecadados pela Fiesp com empresários para a reforma do Seminário Bom Jesus, onde o Papa irá dormir. O governo de São Paulo bancará R$2,2 milhões com asfalto, abastecimento, tratamento e distribuição de água. O restante, R$1,3 milhão, será pago pela prefeitura, com gastos com sinalização, lixeiras, tendas de informação.

Enquanto a cidade de São Paulo prevê arrecadação de R$60 milhões - essencialmente com ocupação de quase 100% dos hotéis em regiões próximas aos eventos em que Bento XVI estará -, o município de Aparecida não fez a contabilidade.

- Por aqui, é só prejuízo. A cidade só gastou com o Papa - disse Eduardo Alache, chefe de gabinete da prefeitura. Segundo ele, o município não tem projeções das associações comercial e hoteleira sobre o quanto a visita irá render à cidade, que vive, basicamente, do turismo religioso.

Por causa do grande número de jornalistas credenciados, os organizadores tiveram de dividir a cobertura, separando cotas de imprensa para cada evento. Para se ter idéia, dos 3.600 profissionais, apenas 80 poderão acompanhar o encontro do Pontífice com bispos na Catedral da Sé, na sexta-feira.

Mesmo na missa que o Papa celebrará no Campo de Marte, segundo a organização, no máximo 700 jornalistas terão acesso à área reservada.