Título: Aécio janta com PMDB e defende prévia no PSDB
Autor: Castro, Luiz Cláudio de
Fonte: O Globo, 10/05/2007, O País, p. 5

Governador de Minas sinaliza aos tucanos que teria opção de legenda para eleição presidencial.

BRASÍLIA. Ao aceitar convite para jantar anteontem com o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), e o líder do partido na Câmara, Henrique Alves (RN), o governador de Minas, o tucano Aécio Neves, emitiu um sinal político claro de que não pretende abrir mão antecipadamente da disputa presidencial de 2010. Ele ainda manifestou, ontem, seu apoio à realização de prévias para a escolha do candidato do PSDB.

Com a aproximação estratégica do PMDB, o maior partido da coalizão do governo Lula, Aécio sinaliza que tem outras opções de legenda para tentar chegar ao Palácio do Planalto, caso o PSDB opte pela candidatura do governador paulista, José Serra, embora continue negando sua intenção de trocar de partido.

- Estou muito bem no PSDB. Meu projeto político é possível dentro do PSDB - deixou escapar o governador, dizendo que sua prioridade é fazer um bom governo em Minas e participar do projeto nacional que for traçado pelo PSDB.

Temer negou que tenha feito qualquer sondagem para Aécio ir para o PMDB, mas admitiu que o governador seria muito bem recebido, pois o partido pretende lançar candidato próprio à sucessão do presidente Lula. Nos bastidores, o que se comenta é que o Planalto estaria estimulando essa aproximação entre o PMDB e Aécio.

- Tudo é possível na política, mas ainda temos três anos pela frente - disse Temer.

Aécio, por sua vez, aproveitou a passagem por Brasília para tentar reassumir o comando da agenda dos governadores e solicitou apoio do PMDB. Apesar da troca de sorrisos e abraços públicos com Lula, semana passada, avisou que pretende mobilizar as bases de apoio dos governadores no Congresso para pressionar o governo a encaminhar as reivindicações dos estados, apresentadas há dois meses na Granja do Torto.

- De lá para cá, nada aconteceu - disse Aécio, acenando com dificuldades para o governo em votações no Congresso.