Título: Recado do governo é por negociação
Autor: Oliveira, Eliane e Tavares, Mônica
Fonte: O Globo, 10/05/2007, Economia, p. 29

Segundo ministro Rondeau, clima com autoridades bolivianas melhorou

BRASÍLIA. O recado dado ontem pelo governo brasileiro aos bolivianos - especialmente pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau - era de que as portas ainda estavam abertas para uma negociação. Ao sair de uma reunião com o ministro interino das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães, Rondeau afirmou que o clima entre a Petrobras e as autoridades bolivianas havia melhorado, após o jantar de terça-feira.

Rondeau, porém, deixou claro que a negociação é entre as duas petrolíferas, cabendo ao Executivo brasileiro apenas acompanhar as discussões.

- Estamos torcendo e aguardando o desdobramento positivo das negociações entre as duas empresas - disse o ministro, reafirmando que o fornecimento de gás não está em pauta e que o país tem um plano B de contingência para enfrentar eventualidades, embora não acredite que "se chegue ao limite de ser necessário aplicá-lo".

As negociações entre Petrobras e YPFB geraram ontem vários boatos. Circulou, por exemplo, a informação de que o presidente Lula mandou a estatal fechar o acordo por US$110 milhões, que teria sido ofertado pela YPFB. Já em La Paz, jornais bolivianos disseram que a Petrobras teria pedido US$112 milhões, mas o presidente da companhia no país, José Fernando de Freitas, não quis citar cifras. Na saída da reunião com representantes do governo boliviano, Freitas disse que a reunião foi cordial e que a oferta "se mantém tal como está".

A Secretaria de Imprensa do Palácio do Planalto, Rondeau e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, negaram a existência de um acordo e ratificaram que a resposta da Bolívia sairá hoje. Fontes graduadas da Esplanada dos Ministérios disseram que Lula teria orientado a Petrobras a trabalhar por um acordo. (EO, MT e CG).