Título: Se fizéssemos reformas o processo seria acelerado
Autor: Santos, Ana Cecília e Eloy, Patricia
Fonte: O Globo, 11/05/2007, Economia, p. 27

Para o chefe de Pesquisa para América Latina do banco de investimentos West LB, Ricardo Amorim, o caminho até o grau de investimento é longo e depende de reformas estruturais.

O que levou o Brasil a obter essa melhora no ¿rating¿?

RICARDO AMORIM: As melhoras significativas no perfil da dívida pública, no último trimestre, e o indicador de endividamento externo, também nesse mesmo período.

Em quanto tempo vamos atingir o grau de investimento?

AMORIM: Ainda falta muito. Minha perspectiva é de que isso só ocorra no primeiro trimestre de 2009, porque até lá não deveremos ter grandes avanços nos indicadores fiscais e de contas públicas. Acredito que até agosto deste ano a Moody¿s e a Standard&Poor¿s elevem em um degrau a nota do Brasil.

O que precisamos fazer?

AMORIM: Se fizéssemos as reformas da previdência e a tributária, sem dúvida, o processo seria acelerado. A dívida pública brasileira hoje é muito maior do que a de outros países que estão no mesmo nível de classificação do Brasil. A nossa carga tributária também é muito mais elevada.

Qual é o impacto que o país sofre ao atingir o grau de investimento?

AMORIM: Atrairá muito mais investimentos, gerando crescimento, emprego. No Brasil se fala muito de querer capital não especulativo. Mas esse não é o problema. A diferença entre o especulativo e o de longo prazo está no ritmo de saída do país quando há uma crise. Mas, enquanto as condições forem favoráveis, ambos permanecem no país. (Ana Cecília Santos)