Título: American nega acusação
Autor: Beck, Martha e Gripp, Alan
Fonte: O Globo, 13/05/2007, Rio, p. 15

Fábrica foi fechada pela Receita no dia 3.

A American Virginia negou, em nota, ter qualquer envolvimento com a suposta venda de sentenças pelo desembargador José Eduardo Carreira Alvim. A empresa diz que a decisão que mantinha suas fábricas em funcionamento foi confirmada ano passado pela 1ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Receita Federal, no entanto, conseguiu anular os efeitos da decisão e fechou a fábrica no último dia 3.

Sobre os grampos que mostram Carreira Alvim despachando com o advogado Fred ¿ que, nas gravações, defende os interesses da empresa ¿ minutos antes de conceder decisão favorável à American, a empresa alegou que, em seus quadros oficiais, ¿não existe nenhum Frederico ou Fred¿.

Mauro Donatti, sócio da empresa e atual administrador, explicou que a iniciativa de abrir uma empresa no Paraguai (La Soberana) foi tomada porque a American Virginia vinha sendo prejudicada pela concorrência desleal de firmas paraguaias. Segundo Donatti, a empresa Tabacalera Boquerón, por exemplo, conseguiu se apropriar da marca Indy, da American Virginia, no país vizinho.

¿ A ligação da American Virginia com La Soberana era para preservar o interesse das nossas marcas, principalmente a Oscar, que era nosso carro-chefe ¿ disse Donatti, ressaltando que a American se desvinculou do negócio em 2003.

Ele negou também as acusações feitas pela CPI da Pirataria de que La Soberana contrabandeava cigarros para o Brasil e disse que elas não são fundamentadas. A empresa também não reconhece as acusações de sonegação.