Título: Imagens sacras e palmito da Amazônia caíram no gosto do Pontífice
Autor: Barbosa, Adauri Antunes
Fonte: O Globo, 15/05/2007, O País, p. 5

No Mosteiro de São Bento, Papa impressionou por simplicidade e disposição.

SÃO PAULO. A obra de um dos primeiros escultores do Brasil, Frei Agostinho de Jesus, impressionou o Papa Bento XVI durante sua estada no Mosteiro de São Bento, em São Paulo, semana passada. Frei Agostinho de Jesus é o criador de duas imagens do mosteiro, uma de São Bento e outra de Santa Escolástica, feitas de barro, em 1650. A imagem da Nossa Senhora da Conceição Aparecida, venerada no Santuário de Aparecida, onde o Papa celebrou a missa de domingo, também é atribuída ao frei. Além do escultor, o Papa também gostou de outro toque brasileiro: o palmito amazônico.

- Ele gostou muito da sopa de palmito. Ficou curioso, queria saber sobre o palmito. Mas também experimentou alguns doces - contou o prior do Mosteiro de São Bento, dom João Evangelista Kovas, que durante a estada de Bento XVI fez todas as refeições ao lado do Papa.

O abade do Mosteiro de São Bento, dom Mathias Tolentino Braga, havia adiantado que, no cardápio de refeições de Bento XVI, a base seria a comida italiana, com ligeiro toque brasileiro, como mandioca, frutas, doces, e o palmito pupunha, uma espécie amazônica. Embora seja mineiro, o abade não ofereceu ao Papa o tradicional pão-de-queijo, disse o prior João Evangelista.

O monge contou que o Papa impressionou os beneditinos com sua simplicidade e disposição. Segundo ele, o temor dos monges, que fizeram um curso para servir Bento XVI à mesa, se dissipou nos primeiros minutos diante dele.

- Eu me sentava à sua esquerda. Toda as vezes em que ele ia se levantar, ele se virava para mim e fazia uma leve mesura. Imagine. E era natural. Era de uma simplicidade... É muito fácil amar o Papa.