Título: Preços das viagens internacionais caem 50%
Autor: Ribeiro, Fabiana
Fonte: O Globo, 16/05/2007, Economia, p. 25

DÓLAR VAI À LONA: Fica mais acessível estudar e trabalhar no exterior, e agência registra alta de 150% na procura.

Com pacotes mais baratos, consumidor encontra dificuldade para viajar nas férias para EUA, Europa e Argentina.

A cotação do dólar está mudando o destino das férias de julho de muitos brasileiros. Segundo agências, aumentou a procura por pacotes internacionais, em especial para Estados Unidos, Argentina e Europa. É o efeito câmbio - que, em dois anos, já reduziu em 50% os custos de viagens internacionais, diz a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav).

- O dólar baixo vai favorecer o crescimento das vendas de viagens internacionais em 15% este ano. Acima das vendas do turismo doméstico, que devem crescer 10% em 2007 - disse o diretor da Abav Leonel Rossi, lembrando que a crise aérea freou os números do setor.

Os pacotes internacionais da CVC estão, em média, 15% mais em conta que os da temporada de julho passada. As apostas nesta temporada de julho são os pacotes para Disney, Bariloche, Buenos Aires, Nova York e Europa. Para a Disney, por exemplo, a expectativa da CVC é dobrar o número de brasileiros na terra do Mickey Mouse, saltando de 5.800 passageiros em julho de 2006 para 10 mil em julho de 2007. A CVC prevê crescer acima de 30% nas viagens internacionais este ano.

- A queda do dólar e o parcelamento em até dez vezes sem juros são os grandes incentivadores - destaca Michael Barkoczy, diretor Comercial Internacional da CVC.

Segundo Paulo Pimentel, diretor do Grupo Marsans, as férias de julho podem recuperar perdas registradas desde dezembro devido ao apagão aéreo. De olho no câmbio, a operadora aumentou em 20% sua oferta de pacotes para as férias de julho. Destaques para Bariloche, Disney e Europa:

- As pessoas vêem a oportunidade: o câmbio pode não se sustentar nesse patamar.

Na agência Latin America, não há tanta disponibilidade de assentos em vôos para Europa em fins de junho e início de julho e vôos de volta da Europa em fins de julho e início de agosto.

- Com a saída da Varig do mercado internacional, o número de assentos ficou mais restrito. As tarifas mais baratas praticamente acabaram. Já é difícil confirmar até na classe executiva - disse Fernando Rodrigues, diretor da empresa.

A empresária Karina Sterenberg comemora a cotação baixíssima do dólar. Em junho, ela vai viajar para Paris, Londres e Nova York, com o objetivo de pesquisar a próxima coleção da sua grife, a Ka.

- Em vez de viajar duas vezes por ano, posso viajar de dois em dois meses - disse ela, que foi a Nova York na Semana Santa e a Punta del Leste no carnaval.

Estudar e trabalhar no exterior também ficou mais acessível. A agência IE-Intercâmbio registrou um aumento de 150% na procura por seus pacotes. As cidades dos Estados Unidos ainda são os lugares que mais atraem estudantes brasileiros.

- Para quem estava esperando um bom momento, a hora é agora: para aqueles que vão trabalhar no exterior, a possibilidade de recuperar o dinheiro investido em dólar é muito grande - revela Clarice Sposito, da IE-Intercâmbio.