Título: Irregularidades em contratos levam Infraero a afastar três funcionários
Autor: Doca, Geralda e Alvarez, Regina
Fonte: O Globo, 17/05/2007, O País, p. 4

Desde o início das investigações, oito servidores já perderam seus cargos.

BRASÍLIA. O Conselho de Administração da Infraero decidiu ontem afastar mais três funcionários investigados por suspeita de envolvimento nas irregularidades detectadas na empresa. Um dos afastados, o assessor da presidência Tércio Ivan de Barros, chegou a ser cotado para a presidência da Infraero, no início de 2006, após a saída do deputado petista Carlos Wilson, que disputou a eleição à Câmara.

O afastamento do assessor Tércio Ivan de Barros e dos funcionários Mariângela Russo e Roberto Spinelli Junior - estes lotados no aeroporto de Guarulhos - foi decidido ontem pelo Ministério da Defesa, seguindo orientação da Controladoria Geral da União (CGU). Com a decisão de ontem, sobe para oito o número de funcionários afastados nos últimos meses em decorrência de irregularidades que estão sendo investigadas.

No início do ano, cinco perderam cargos

Desde o início dessas investigações pela CGU, em agosto do ano passado, dois diretores, dois ex-diretores e quatro outros funcionários que ocupavam cargos de superintendente, gerente e assessor perderam seus cargos. No início deste ano, foram afastados os funcionários técnicos Wellington Moura, Márcia Chaves e Fernando Brendaglia, o advogado Napoleão Guimarães, além do diretor financeiro Adenauher Figueira Nunes.

Em nota divulgada pela Infraero ontem à noite, o ministro da Defesa, Waldir Pires, esclareceu que o afastamento não significa julgamento definitivo, "e é na realidade um procedimento acautelatório para evitar possível interferência no andamento das investigações".

A investigação que resultou nos afastamentos de ontem está em andamento desde 18 de agosto, quando o ministro Waldir Pires solicitou à CGU uma auditoria sobre a contratação de um software para a gestão de publicidade na empresa. "O afastamento foi feito com o fim de dar melhor andamento à sindicância sobre a compra do software FS3 para o controle da publicidade veiculada nos aeroportos, responsabilidade da diretoria comercial da Infraero", diz a nota da Infraero.

Na nota, o Ministério da Defesa relaciona as irregularidades que estão sendo investigadas na Infraero. Além da contratação do software, também está sob investigação a renovação do contrato de concessão celebrado pela empresa com a Shell Brasil S/A para exploração comercial de posto de abastecimento de venda de combustíveis e derivados e foi aberta uma sindicância patrimonial na empresa.