Título: Planta se desintoxica
Autor: Brígido, Carolina
Fonte: O Globo, 17/05/2007, Ciência, p. 34

Variedade é cultivada em outras partes do mundo.

O milho Liberty Link, cuja liberação comercial foi aprovada ontem pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), é geneticamente modificado para expressar uma proteína (PAT) capaz de torná-lo resistente ao herbicida glufosinato de amônio ¿ usado nas lavouras para matar ervas daninhas. Com a alteração genética a que é submetida, a planta torna-se capaz de quebrar a molécula da proteína, liberando a amônia, e, dessa forma, se desintoxica. Como as plantas que crescem a sua volta não contam com o mecanismo, elas se intoxicam e morrem.

¿ Cada transgênico deve ser avaliado individualmente, em relação à segurança para homem, animal e meio ambiente ¿ afirmou o pesquisador Antônio Álvaro Corsetti Purcino, chefe-adjunto de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Milho e Sorgo. ¿ Se ele passou nos testes da CTNBio, é sinal de que exibiu indicativos de ser seguro. Além disso, ele já é cultivado em outras partes do mundo.

De maneira geral, frisou Purcino, a posição da Embrapa em relação aos transgênicos é de que se trata de uma tecnologia que pode produzir efeitos benéficos para a agricultura, o meio ambiente e a nutrição humana, desde que avaliados caso a caso em relação à biossegurança.

Os especialistas esperam que a liberação do milho Liberty Link abra caminho para a aprovação de outras variedades de milho geneticamente modificadas, como o resistente ao herbicida glifosato, e o BT, que expressa um gene tóxico a um tipo de lagarta que costuma infestar as plantações. Segundo a ONG Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), ligada às empresas do setor, variedades de milho transgênico em aprovação na CTNBio são cultivadas e consumidas em outros países há uma década. (Roberta Jansen)