Título: Carros de luxo e R$1 milhão em dinheiro vivo
Autor: Tavares, Mônica e Carvalho, Jaílton de
Fonte: O Globo, 18/05/2007, O País, p. 5

Toyota, BMW e Citröen apreendidos pela PF vão ser periciados.

BRASÍLIA. Carros de luxo, dezenas de computadores, celulares, agendas, caixas de documentos e mais de R$1 milhão em dinheiro vivo fazem parte do material apreendido nos 84 endereços que foram alvo ontem da Operação Navalha. Somente na casa de Sebastião José Pinheiro Passos, fiscal de obras do Estado do Maranhão, os agentes encontraram R$600 mil. Outros R$60 mil foram apreendidos na casa de Francisco de Paula Lima Júnior, sobrinho do governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT).

Grande parte do que foi levado pelos agentes já está na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde serão feitas as perícias. No pátio do edifício, foram estacionados dez veículos que pertencem aos presos, entre eles uma caminhonete Toyota Hilux avaliada em cerca de R$150 mil, de propriedade do deputado distrital Pedro Passos (PMDB).

Para a Superintendência da PF também foram levados dois carros - um Citröen e uma BMW - de Maria de Fátima Pereira, gerente da Gautama, empresa acusada de comandar as fraudes nas licitações públicas. Segundo investigadores do caso, apesar de receber um salário de R$10 mil, Maria de Fátima mora em uma casa alugada por R$9,5 mil mensais em uma área nobre de Brasília e possui um terceiro carro - um Polo.

PF tenta impedir que presos combinem versões

A PF começou a ouvir os presos na Operação Navalha. Ao ser apresentado às provas levantadas pelos investigadores, o deputado Pedro Passos passou mal. Hoje, serão tomados novos depoimentos. Na carceragem, os presos estão separados para impedir que eles combinem versões. Os advogados só puderam conversar com seus clientes através do parlatório.

Um dos poucos a dar entrevista, o advogado Adelino Tucunduva Júnior, representante do superintendente da Caixa Econômica Federal Flávio José Pin, disse que seu cliente foi preso injustamente.

- Ele é o único servidor público preso no Brasil por excesso de eficiência - disse o advogado.