Título: Gravação mostra deputado distrital cobrando propina de Zuleido, diz PF
Autor: Brígido, Carolina
Fonte: O Globo, 19/05/2007, O País, p. 9

Câmara do Distrito Federal queria a custódia de parlamentar preso.

BRASÍLIA. Horas após a prisão do deputado distrital Pedro Passos (PMDB) na Operação Navalha, a Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou, em plenário, ordem para que ele fosse libertado. Os colegas de Passos queriam que a custódia do parlamentar fosse transferida para a Casa. Não deu certo. O advogado do deputado, Herman Barbosa, foi com a ordem à carceragem da Polícia Federal, em Brasília, mas ouviu do delegado de plantão que ele só poderia sairia com autorização judicial.

Gravação realizada pela PF mostra diálogo entre Pedro Passos e o dono da empresa Gautama, Zuleido Veras, em que, segundo os policiais, os dois falam sobre o pagamento de propina ao deputado. Passos informa a Zuleido ter conseguido aprovar crédito suplementar de R$4,2 milhões para obra. Segundo a PF, desse montante sairia a propina a ser paga ao parlamentar.

Em outra gravação, Passos conversa com Fátima Palmeira, funcionária da Gautama, e pede que ela negocie com Zuleido o pagamento. O advogado de Passos entrou com pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que não havia sido julgado até a noite.

Outros seis habeas corpus foram protocolados até o início da noite de ontem, em nome, dentre outros, do ex-governador do Maranhão José Reinaldo; do prefeito de Camaçari (BA), Luiz Carlos Caetano (PT); e de Ivo Almeida Costa, assessor especial do Ministério de Minas e Energia.