Título: Brasil pretende abrir setor de serviços na OMC
Autor: Oliveira, Eliane e Oswald, Vivian
Fonte: O Globo, 20/05/2007, Economia, p. 31

BRASÍLIA e BRUXELAS. O Brasil está disposto a melhorar sua oferta em serviços - especialmente nas áreas financeira, de telecomunicações e transporte marítimo - para garantir a retomada efetiva da Rodada de Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC). Também poderá haver flexibilização em reservas de passagens aéreas e manutenção de aeronaves.

Expandir a oferta em serviços tem ainda como objetivos melhorar o humor das nações ricas e obter vantagens em agricultura. Além disso, são minimizadas as pressões dos empresários brasileiros, que não querem abertura indiscriminada do mercado aos bens industriais.

O Executivo brasileiro está preocupado com o prazo, cada vez mais exíguo, para que os países associados fechem um acordo que pelo menos vislumbre uma data final para os debates. Existe a convicção, dentro e fora do governo, de que se nada for feito até o fim de junho a rodada cairá no vazio, só voltando a ser discutida em 2009.

Com os serviços relativamente abertos para estrangeiros, o Brasil tem como demanda, principalmente de EUA e União Européia, a consolidação de regras na OMC. Por exemplo, embora a Lei Geral de Telecomunicações seja considerada excelente pelos investidores, não há um compromisso multilateral dos brasileiros, ou seja, registrado na OMC, de que a lei não mudará.

Um ponto que está fechado é que quem quiser explorar serviços terá de se instalar no país. Os EUA gostariam que os brasileiros tivessem contas em bancos americanos que não estão aqui fisicamente. E que as autoridades brasileiras permitissem ligações internacionais por operadoras daquele país. Ambições que dificilmente se concretizariam.

(*) Especial para O GLOBO