Título: Mais estrangeiros de olho no trem-bala Rio-SP
Autor: Moreno, Jorge Bastos e Alvarez, Regina
Fonte: O Globo, 20/05/2007, Economia, p. 33

Franceses, coreanos e italianos têm interesse na construção da linha de alta velocidade entre as duas cidades.

BRASÍLIA. O projeto do primeiro Trem-Bala Brasileiro (TBB), ligando as capitais de Rio e São Paulo, avança dentro do governo e ganhou o apoio da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Ela recebe nesta terça-feira o grupo italiano Impregilo, um dos interessados na construção da linha de alta velocidade, através de um consórcio com três grandes empreiteiras brasileiras: Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Odebrecht. No dia 28, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, recebe um grupo de empresários coreanos também interessados no empreendimento. Os dois grupos têm experiência em construção de trens-bala em seus países.

Segundo estudos técnicos aos quais O GLOBO teve acesso, produzidos pela Valec-Engenharia, Construções e Ferrovias S.A - empresa ligada ao Ministério dos Transportes e responsável pelo projeto do Trem-Bala Brasileiro -, pelo menos três grupos de grandes empresas já manifestaram interesse em participar da licitação. Além do consórcio formado pelos italianos e empreiteiras brasileiras, devem entrar na disputa o consórcio coreano KTX Korean Train Express e a empresa francesa Alstom.

Projeto está avaliado em US$9 bilhões

As providências dentro do governo para viabilizar esse empreendimento de US$9 bilhões - cerca de R$18,5 bilhões -, inteiramente financiado com recursos privados, ganharam agilidade depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou, no fim de abril, os estudos de viabilidade econômica e financeira do projeto.

O Trem-Bala Brasileiro ligará a estação Central do Brasil, no Centro do Rio, à Estação da Luz, na capital paulista, um percurso de 403 quilômetros que será realizado em apenas 85 minutos. O veículo terá capacidade para transportar 855 passageiros e deverá partir a cada 15 minutos, segundo a projeto da Valec. O preço do bilhete para um trecho no primeiro ano de funcionamento - que deve ser o de 2015 - é estimado em R$130,80.