Título: Preço do barril do petróleo passa de US$70
Autor: Duarte, Patricia e Santos, Ana Cecília
Fonte: O Globo, 22/05/2007, Economia, p. 17

Petrobras fechou com alta de 0,96% e foi um dos papéis mais negociados na Bovespa

NOVA YORK e RIO. Os preços do petróleo no mercado internacional subiram ontem mais de um dólar, pressionados pela crise política na Nigéria, que ameaça interromper o fornecimento do maior exportador africano do produto. Na Bolsa Intercontinental de Futuros, em Londres, o barril do petróleo do tipo Brent (referência internacional) subiu 1,54%, para US$70,49. Já na Bolsa Mercantil de Nova York, a cotação do barril do tipo leve americano avançou 2,04%, a US$66,27.

A alta no preço do petróleo refletiu nos papéis da Petrobras. Eles foram os mais negociados ontem na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e subiram 0,96%.

A Bolsa fechou em alta de 0,66%, registrando mais um recorde histórico de pontos (52.423), superando a marca de 52.077 pontos da última sexta-feira. O risco-Brasil subiu 1,42%, para 142 pontos centesimais. O movimento na Bovespa, cujos negócios totalizaram R$6,12 bilhões, foi sustentando pelo exercício de opções - que movimentou R$1,95 bilhão - e o forte desempenho do setor de telecomunicações.

A Telemar foi o destaque do dia, em meio a especulações de que a companhia poderá elevar o preço na oferta de recompra dos papéis preferenciais, anunciada no início de abril, além de rumores sobre a possível fusão com Brasil Telecom. Segundo analistas, os minoritários aguardam a publicação do edital da oferta de compras do papel. Caso aceitem a proposta de vender os papéis, o grupo poderia pulverizar seu capital, abrindo caminho para a união com a Brasil Telecom.

A Telemar PN teve a maior valorização, 6,27%, seguida pela Telemar Norte Leste PNA, com 5,64%. Já a Telemar ON subiu 2,86%. Os papéis da Brasil Telecom PN e Brasil Telecom Participações tiveram alta de 3,69% e 3,17%, respectivamente.

As notícias sobre rebeldes que invadiram um poço petrolífero na Nigéria, operado pela francesa Total, afetaram o mercado. A violência recrudesceu no país africano, cujo governo enfrenta grupos separatistas desde fevereiro do ano passado.

- A incerteza acerca da produção petrolífera da Nigéria e as preocupações contínuas sobre o fornecimento de gasolina nos EUA parecem estar por trás desse último aumento (de preços) do petróleo - disse Phil Flynn, analista da Alaron Trading, em Chicago.

Apesar disso, para a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a situação está sob controle.

- O mercado está muito bem abastecido, aliás, está sobreabastecido - disse ontem o presidente do cartel, Mohammed al-Hamil.

Ontem a Administração de Informações de Energia (AIE), entidade dos EUA, disse que a demanda mundial de petróleo deve alcançar 117,6 milhões de barris diários até 2030. Só nos próximos três anos, a demanda deve crescer quase cinco milhões de barris diários. (Ana Cecília Santos, com agências internacionais)