Título: Mais mortes em confrontos com a pollícia
Autor: Goulart, Gustavo
Fonte: O Globo, 23/05/2007, Rio, p. 13

Tática da polícia de enfrentar bandidos faz crescer número de vítimas em relação a 2006.

O número de mortes em supostos confrontos com a polícia também subiu em março deste ano, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Foram registrados 111 casos neste mês de 2007, contra 92 no mesmo período do ano passado, o que corresponde a um aumento de 20%. Em março de 2005, 94 pessoas morreram e, no ano anterior, foram 81 casos no mesmo período.

Os números de março mostram a atual tendência de a polícia partir para o confronto com traficantes e assaltantes, uma postura que a cúpula da segurança pública do Rio resolveu adotar recentemente. Como O GLOBO noticiou na edição da última segunda-feira, 207 pessoas morreram em supostos confrontos com a polícia nos dois primeiros meses de 2007, no mais violento início de ano na última década no Rio.

Segundo informa o site do ISP, foram 117 mortos em janeiro e 90 em fevereiro. Em 1998, 46 pessoas foram mortas no mesmo período (janeiro e fevereiro), em confrontos com a polícia. Os números revelam um aumento de 350% no período de dez anos.

Segundo mostram os números divulgados ontem pelo ISP, dos 111 mortos em confronto com a polícia, em março deste ano, 60 casos foram registrados na capital, 29 na Baixada Fluminense, 17 na Grande Niterói e cinco no interior. Só na área do 9º BPM (Rocha Miranda), foram 23 casos. No ano passado, a divisão ficou assim: das 92 mortes em confronto com a polícia registradas em março, 59 aconteceram na capital, 22 na Baixada, oito na Grande Niterói e três no interior do estado do Rio.

Os confrontos com bandidos também têm feito vítimas entre os policiais. Apenas nos primeiros quatro meses deste ano, 57 policiais militares foram mortos. Quinze deles foram assassinados em serviço. Este foi o caso dos soldados Marco Antonio Ribeiro e Marcos André Lopes, que morreram com tiros de fuzil na Rua João Vicente, em Oswaldo Cruz, no início de maio, no mesmo local onde o menino João Hélio Vieites foi morto, arrastado de carro por bandidos. Quarenta e dois policiais foram executados quando estavam de folga.