Título: Importação de máquinas cresceu 120%
Autor: Rodrigues, Luciana
Fonte: O Globo, 25/05/2007, Economia, p. 23

Nos quatro primeiros meses deste ano, o Brasil aumentou em 119,5% suas importações de máquinas e equipamentos da China, frente ao mesmo período do ano passado. Foram US$330,07 milhões, o que alçou o país ao posto de quinto maior vendedor desses produtos para o Brasil, atrás apenas de EUA, Alemanha, Japão e Itália, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

- Foi-se o tempo em que comprávamos só brinquedos, camisas e quinquilharias da China. Hoje importamos máquinas, aparelhos eletrônicos. É só olhar seu celular, seu computador, que você vai ver made in China - diz Marcelo Nonnenberg, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Nonnenberg acrescenta que não foi só para o Brasil que a China sofisticou suas exportações. O país está vendendo mais, para o mundo inteiro, produtos de maior valor agregado. Enquanto isso, o Brasil, apesar de ter elevado significativamente suas exportações nos últimos anos, não mudou a estrutura de sua pauta, concentrada em commodities.

Marta Castilho, da UFF, lembra que, dos 30 principais itens vendidos pela China ao Brasil, 27 são máquinas e equipamentos. Enquanto isso, no ano passado, apenas três produtos responderam por 64% das exportações brasileiras para a China: grãos de soja, minério de ferro e óleo bruto de petróleo.

E, mesmo dentro do complexo de soja, o Brasil tem se especializado em fornecer a matéria-prima menos elaborada. Em 1996, óleo e resíduos de soja representavam 63% e 36%, respectivamente, das exportações do setor para a China. Em 2005, a participação do óleo de soja caiu para 9%, praticamente não houve exportação de resíduos, e o grão de soja respondeu por 91% das vendas do complexo para a China. (Luciana Rodrigues)