Título: Tuma: 'Não quero condenar (Renan), mas absolver'
Autor: Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 01/06/2007, O País, p. 10

BRASÍLIA. Antes mesmo de uma análise mais detalhada dos documentos apresentados pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o corregedor da Casa, senador Romeu Tuma (DEM-SP), admitiu ontem que são grandes as chances de absolvição do colega alagoano. Admitiu ainda que seu desejo é inocentá-lo. Para Tuma, as provas entregues por Renan são bastante convincentes, embora esteja disposto ainda a submetê-las a uma perícia do Banco Central e da Receita Federal. Segundo ele, essa seria a melhor forma de se afastar eventuais contestações aos documentos, que supostamente comprovam que Renan tinha rendimentos para pagar a pensão da filha que teve com a jornalista Mônica Veloso.

- Eu não quero condená-lo, quero absolvê-lo. Mas quero ter certeza de que ele não vai ser pego na primeira esquina - afirmou Tuma.

Antes ainda de se manifestar perante o Conselho de Ética - que se reunirá na próxima quarta-feira para analisar a representação do PSOL contra Renan -, Tuma adiantou que pretende ouvir o lobista da empreiteira Mendes Júnior Cláudio Gontijo, acusado de fazer pagamentos à jornalista durante a gestação e antes do reconhecimento oficial da paternidade da filha do presidente do Senado.

- Ele (Gontijo) é parte importante no "affair", porque foi o caixa pagador - disse Tuma.

Incomodado com as insinuações de que estaria disposto a ajudar o governo a arquivar a representação contra Renan, o presidente do Conselho de Ética, Sibá Machado (PT-AC), disse que não tomará qualquer decisão sozinho, embora tenha poderes para arquivar o pedido.

- Abrirei o debate sobre o assunto. Vou pedir ao corregedor que faça um relato sobre o que apurou. E o Conselho é que vai decidir o que fazer. Da minha parte não haverá medida protelatória - disse Sibá.