Título: Professores da USP votam por fim de greve
Autor: Aggege, Soraya
Fonte: O Globo, 05/06/2007, O País, p. 13

"É uma minoria que está procurando encrenca", diz Serra.

SÃO PAULO. O movimento de paralisação na Universidade de São Paulo (USP) começa a refluir. Os professores da instituição, parados desde o dia 23, votaram ontem, em assembléia geral, um indicativo de fim de greve, que seguirá para votação na próxima segunda-feira, em novo encontro da categoria. Embora mantenham a paralisação, os professores já comemoraram "vitórias significativas" em meio ao movimento grevista, que ainda inclui alunos e funcionários da universidade.

Ao comentar o caso da USP, o governador José Serra (PSDB) disse esperar rapidamente um ponto final na crise envolvendo as universidades paulistas.

- Ninguém agüenta mais (falar da crise na USP). Nem os estudantes. Está muito claro que é uma minoria que está lá concentrada procurando encrenca - disse Serra ontem à tarde, durante a realização do São Paulo Ethanol Summit, que discute o programa de biocombustível.

Mas os professores, satisfeitos com a posição do conselho de reitores de analisar a proposta de incorporação de uma parcela fixa de até R$200 ao salário e a reformulação dos decretos que limitariam a autonomia universitária, agora só aguardam o fim do impasse entre a reitoria e grupos de alunos e funcionários, que ainda negociam uma pauta de reivindicação.

- O movimento teve uma repercussão e vitórias significativas. Acho que está na hora de suspender (a greve) e discutir isso com os outros setores - disse o vice-presidente da Associação dos Docentes da USP, Francisco Miraglia.

Amanhã, numa reunião de representantes de professores, alunos e funcionários das três universidades públicas estaduais, os principais dirigentes de cada categoria irão discutir os rumos e efeitos da paralisação.

Reitora se reuniu com alunos ontem

Um grupo de alunos reuniu-se a portas fechadas ontem com a reitora da USP, Suely Vilela. O encontro terminou pouco depois das 20h. A reitora retirou da pauta algumas das propostas já oferecidas anteriormente pela universidade, sob a condição de voltar atrás só depois que o prédio fosse desocupado. A invasão completou ontem 32 dias. Serra foi quem determinou o fim das negociações dos estudantes com a cúpula do governo.

A reitora deixou o prédio da Faculdade Politécnica, onde despacha, pela porta dos fundos, e evitou falar com os jornalistas.

Em assembléia hoje, os alunos deverão decidir pela manutenção da ocupação.