Título: PF prende o suspeito de ser o chefe da máfia
Autor: Aggege, Soraya
Fonte: O Globo, 06/06/2007, O País, p. 5

MAIS UM ESCÂNDALO: Ex-deputado, acusado de contrabandear equipamentos para caça-níqueis, dizia ser amigo de Lula.

Segundo polícia, Nilton Servo é sócio de Dario Morelli Filho em casa de bingo, e é amigo de Vavá, irmão do presidente.

SÃO PAULO. Produtor rural, ex-deputado estadual, dono de casas de caça-níqueis e acusado de contrabandear equipamentos para montar máquinas de caça-níqueis no Brasil, Nilton Cezar Servo, que estava foragido da Polícia Federal e foi preso ontem, em Uberlândia (MG), na Operação Xeque-Mate, costumava afirmar pelas cidades onde viveu ser amigo do presidente Lula. Sócio de Dario Morelli Filho, compadre do presidente da República, Servo está preso e indiciado como suspeito de chefiar a máfia investigada pela PF.

Segundo policiais federais, ele importava ilegalmente equipamentos para caça-níqueis no Paraguai e os levava para São Paulo para serem montados. De São Paulo, as máquinas eram distribuídas a vários estados, inclusive Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Minas Gerais. Em Campo Grande, casas de caça-níqueis eram exploradas por seu filho, Nilton Cezar Servo II, que também está preso em Campo Grande.

Além das atividades ilegais com jogo, Servo tem se dedicado à vida política nos últimos anos. Ele se candidata a cargos públicos desde os anos 80, quando tentou ser prefeito de Campo Grande. Conseguiu se eleger deputado na Assembléia Legislativa do Paraná em 2002.

A última tentativa foi em 2006, quando não conseguiu se eleger deputado federal pelo PSB de Mato Grosso do Sul. Já foi candidato a prefeito de Maringá (PR) e até de Bonito (MS), em 2004. Apelidado de "boss da jogatina eletrônica" em Campo Grande e Curitiba, em julho do ano passado foi alvo da Operação Artemis da PF, que apreendeu vários documentos em sua casa, em Amambai (MS). À época, foi acusado de ser um dos chefes do contrabando de equipamentos para caça-níqueis. Em 2003 e em 2006, foi alvo de fiscalizações do Ministério Público Federal e do estadual.

COLABOROU: Paulo Yafusso, especial para O GLOBO