Título: Morelli nega acusações
Autor: Freire, Flávio e Fernandes, Diana
Fonte: O Globo, 06/06/2007, O País, p. 9

Ele foi ouvido ontem pela PF.

CAMPO GRANDE. Dario Morelli Filho negou ontem, em depoimento à Polícia Federal de Mato Grosso do Sul, que seja sócio de Nilton Cezar Servo - apontado pela PF como chefe da máfia dos caça-níqueis - num bingo de Ilhabela, litoral Norte de São Paulo. A PF, no entanto, confirma a sociedade dos dois. Morelli foi um dos primeiros presos na Operação Xeque-Mate a ser ouvido ontem. Vinte presos, detidos em outros estados, passaram a noite no Presídio Federal de Campo Grande, por falta de vagas na PF. Mesmo sendo apenas suspeitos, eles tiveram que usar o uniforme laranja destinado aos detentos.

Às 10h30m, eles foram levados à sede da PF para depor. Morelli, compadre do presidente Lula, tentou esconder o rosto para não ser filmado ou fotografado no microônibus que os transportou. O depoimento começou pouco antes do meio-dia e durou mais de quatro horas. A PF não divulgou o teor do interrogatório porque o caso corre em segredo de Justiça.

O advogado de Morelli, Milton Fernando Talzi, negou que o cliente tenha ligação com a máfia dos caça-níqueis. Negou também que seja sócio de Servo na casa de jogos, mas a PF de Mato Grosso do Sul confirma a sociedade. Ainda de acordo com o advogado, Morelli conheceu Servo há vários anos, numa casa de praia no litoral paulista. A casa pertencia a Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão do presidente Lula.

(*) Especial para O GLOBO