Título: Motores flex, preferência nacional
Autor: Novo, Aguinaldo
Fonte: O Globo, 07/06/2007, Economia, p. 30
Venda de carros bicombustíveis bate recorde. Fatia do mercado supera 83%.
SÃO PAULO. As vendas de veículos com motor flex (movidos a gasolina e álcool) bateram todos os recordes no mês de maio. Dados divulgados ontem pela Anfavea, associação que reúne as montadoras no país, mostram que 167.689 veículos bicombustíveis foram vendidos no mês passado, ou 83,8% do total comercializado. São 28.134 carros flex mais do que em abril, e perto de 60 mil acima das vendas de maio de 2006. Desde o lançamento dos primeiros modelos bicombustíveis, em março de 2003, já foram vendidas 3,3 milhões de unidades de carros flex no país.
Com a expansão dos mercado de carros flex, perderam terreno os modelos a gasolina: em dezembro de 2006, esses carros representavam 17,3% das vendas da indústria, fatia que encolheu para 13% em maio. Até os comerciais leves movidos a diesel perderam vendas: sua fatia caiu de 4,5%, em dezembro, para 4% mês passado.
Os dados da Anfavea mostram ainda que, no acumulado dos cinco primeiros meses do ano, 696.155 carros equipados com motores flex passaram a circular no país, ou 83% do total de veículos vendidos no período. Ao longo de 2006, os modelos flex representaram 78,1% do mercado de veículos leves - ou 1,43 milhão de unidades.
Os executivos das montadoras já se renderam ao fato de que os motores flex são uma preferência nacional. Tanto que General Motors e Volks só produzem modelos flex para o mercado interno. Estratégia que aos poucos está sendo seguida por todas as outras fabricantes.
De acordo com dados da Anfavea, em maio foram produzidos 258.900 veículos, 15% a mais que em abril. Os licenciamentos atingiram 211.100 unidades, com alta de 17,7% sobre abril. Os dois resultados são recordes históricos da indústria.
Segundo Jackson Schneider, presidente da Anfavea, esse desempenho aponta um novo patamar de produção e vendas da indústria. Por isso, disse, o bom momento do setor automobilístico, puxado pelas vendas no mercado interno, não deve ser visto como uma bolha de consumo, inflada pela expansão do crédito.
A demanda muito acima das expectativas, até maio, deverá levar a Anfavea a rever para cima, já no próximo mês, suas projeções para o ano.
- A razão para não rever os números é meramente metodológica. Queremos esperar o fechamento do semestre e o plano de safra que será divulgado este mês pelo governo - disse o executivo.
No início do ano, a Anfavea projetou para 2007 um aumento de 6,5% na produção de veículos, que atingiria a marca de 2,78 milhões de unidades, e crescimento de 14,5% das vendas internas, o que significaria ter 2,21 milhões de carros novos circulando nas ruas do país.