Título: Justiça mantém prisão de 67 envolvidos
Autor: Aggege, Soraya e Macário, Lincoln
Fonte: O Globo, 09/06/2007, O País, p. 3

CAMPO GRANDE. A Justiça Federal em Mato Grosso do Sul autorizou ontem à noite a prorrogação da prisão temporária de 67 dos 80 presos pela Polícia Federal durante a Operação Xeque-Mate, incluindo a de alguns acusados que continuam foragidos. A decisão foi do juiz da 5ª Vara Federal de Campo Grande, Dalton Conrado.

Antes de anunciar sua decisão, o juiz recebeu parecer do Ministério Público Federal, que foi favorável à prorrogação, por mais cinco dias, da prisão dos acusados de envolvimento com a máfia dos caça-níqueis. A prisão temporária de Nilton Cezar Servo, ex-deputado estadual pelo Paraná, acusado de ser chefe da máfia dos caça-níqueis, e do filho dele, Victor Emmanuel Servo, venceria hoje, mas já foi estendida. A Justiça decidiu ainda deixar preso por mais tempo Dario Morelli Filho, compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Também vão continuar detidos outros dois filhos de Servo e a mulher dele, Maria Dalva Martins; o delegado da Polícia Civil Fernando Martins; e os oficiais da Polícia Militar major Sérgio Roberto de Carvalho e Marmo Marcelino de Arruda e Edson Gonçalves da Silva (ambos tenentes-coronéis); além de Ari Arley Portugal, que se entregou ontem à PF.

Foram liberados o advogado Antonio Trindade Neto e Andrei Galilei Cunha, ex-gerente de Servo. Trindade Neto defende Nilton Servo nos processos na área eleitoral. Andrei Cunha é sobrinho de Servo e ex-gerente de uma casa de jogos do acusado de ser o chefe da máfia dos caça-níqueis em Campo Grande. Ele foi liberado por ter colaborado no inquérito, ao ser incluído no sistema de delação premiada. Ontem, Cunha foi ouvido novamente pelo delegado que coordena as investigações, Alexandre Custódio.

* Especial para O GLOBO