Título: Lamy vê acordo comercial próximo
Autor: Berlinck, Deborah e Magalhães-Ruether, Graça
Fonte: O Globo, 09/06/2007, Economia, p. 28

Diretor da OMC diz que países precisam colaborar para superar diferenças

HEILIGENDAMM, Alemanha, GENEBRA e OTTAWA. O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, disse ontem que um acordo global de comércio está agora ao alcance, se todos colaborarem para superar as diferenças.

- Embora mantenha um diagnóstico cauteloso, acho que um acordo está agora ao alcance - afirmou ontem Lamy, no último dia da reunião de cúpula do G-8 (grupo dos sete países mais industrializados e a Rússia) e nações emergentes convidadas (Brasil, China, Índia, México e África do Sul). - Com um esforço político adicional de cada um de vocês, devemos conseguir avançar o que falta.

Os EUA ainda precisam reduzir os subsídios agrícolas, enquanto a União Européia (UE) e o Japão têm que abrir mais o mercado para esses produtos. Os países em desenvolvimento também têm que reduzir mais as barreiras a produtos industrializados, afirmou Lamy, listando as três áreas mais sensíveis nas negociações da Rodada de Doha, que já dura quase seis anos.

Canadá pede painel à OMC contra subsídios agrícolas

Os países emergentes também se mostravam ontem profundamente divididos em relação a quanto cortar das tarifas sobre bens industrializados. Brasil, Argentina e Índia enfrentam críticas dos países ricos devido a um plano que limitaria os cortes que os países em desenvolvimento teriam que oferecer como parte de um pacto. Mas vários dos membros emergentes da OMC, inclusive Chile e México, também levantaram a questão, dizendo que esse plano nunca levará a um acordo.

Já o Canadá pediu a instalação de um painel no órgão de solução de controvérsias da OMC para analisar os subsídios agrícolas dos EUA, disse o ministro de Comércio do país, David Emerson. Brasil e outros países e blocos, como Austrália e UE, aderiram à consulta canadense, como partes interessadas.