Título: CPI da Câmara pede contratos à Liesa e à Riotur
Autor: Otavio, Chico de e Jupiara, Aloy
Fonte: O Globo, 10/06/2007, Rio, p. 22

Presidente da comissão planeja convocar para depor substituto de Capitão Guimarães.

A CPI do Carnaval, aberta na Câmara dos Vereadores do Rio para apurar se houve fraude no resultado do desfile do Grupo Especial, não deve se resumir a investigar essa denúncia. A presidente da CPI, vereadora Teresa Bergher (PFL), além de solicitar à 6ª Vara Federal Criminal o relatório da Polícia Federal sobre a suposta fraude, pediu à Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) e à Riotur os contratos do carnaval carioca.

Segundo Teresa, é possível que a CPI abra novas frentes de investigação no decorrer dos trabalhos, diante da importância que o carnaval tem na vida da cidade. Atualmente, o desfile do Grupo Especial está entregue à Liesa.

A vereadora solicitou uma audiência à juíza da 6ª Vara Federal Criminal, à qual deverá comparecer acompanhada do subprocurador-geral da Câmara, Flavio Britto. Nela, reafirmará o pedido de acesso da CPI ao relatório da PF sobre o caso.

Está nos seus planos convocar o presidente da Liesa, Jorge Castanheira (eleito recentemente, em substituição a Ailton Guimarães Jorge, o bicheiro Capitão Guimarães, preso na Operação Hurricane), para que ele explique os critérios e os procedimentos de escolha dos jurados dos desfiles. A vereadora quer saber se a escolha dos jurados não deve ser competência da Secretaria municipal das Culturas, como já acontece nos desfiles das escolas dos grupos de acesso.

Na próxima reunião dos membros da CPI, Teresa deverá sugerir que a Câmara requeira à Liesa toda a documentação sobre as receitas e os custos dos desfiles, além da prestação de contas. Também pretende consultar o Tribunal de Contas do Município, para verificar como está a fiscalização dos contratos e da prestação de contas.

A próxima audiência pública da CPI do Carnaval deverá ocorrer no dia 20 deste mês. A vereadora insistirá na presença do delegado Emmanuel Henrique de Oliveira, chefe da Divisão de Contra-Inteligência da Polícia Federal, primeiro agente a se referir à existência de indícios de manipulação. Emmanuel Henrique não participou da primeira audiência porque a investigação corre em sigilo de Justiça e ele só poderia falar autorizado pela 6ª Vara Federal Criminal.