Título: Regra sobre algemas pode ser mudada
Autor: Carvalho, Jailton de
Fonte: O Globo, 11/06/2007, O País, p. 3

BRASÍLIA. Na sexta-feira, o ministro da Justiça, Tarso Genro, pediu ao diretor da PF, Paulo Lacerda, sugestões para atualizar a regulamentação de alguns procedimentos que estão sendo alvo de críticas, principalmente da OAB, como o uso de algemas, buscas em escritórios de advocacia e a divulgação das operações. Até quarta-feira, Lacerda deverá entregar a Genro uma compilação das normas internas sobre cada um dos pontos. A partir daí, a equipe do ministro deverá decidir se cabe ou não promover alterações nas normas.

A PF concorda com a proposta de revisão de algumas regras, mas vê com reservas a flexibilização do uso de algemas. Para boa parte dos delegados da linha de frente das grandes operações, a algema garante a segurança não só dos policiais, mas também das pessoas que estão sendo presas. Como exemplo, citam o caso de um rapaz preso numa operação de combate à pedofilia na internet, no Rio, há três anos, que, deprimido, se jogou do apartamento onde morava com os pais. Foi a única morte registrada em aproximadamente 400 operações da PF desde 2003.

Até agora já está certo, no entanto, que a PF vai mudar o modelo dos carros usados para transportar presos. Pela proposta da PF, os presos não serão mais carregados em porta-malas de caminhonetes, as chamadas gaiolas. A sugestão é que sejam transportados nos bancos traseiros. Os presos seriam separados dos motoristas por redes de aço ou de vidro. A porta de trás teria travas especiais e só poderia ser aberta do lado de fora pelo motorista.

- É importante que a mudança (nos camburões) seja para todos e não só para criminosos de colarinho branco - afirma Paulo Lacerda.