Título: PF conclui inquéritos na quarta-feira
Autor: Aggege, Soraya
Fonte: O Globo, 11/06/2007, O País, p. 4

Delegado depõe hoje sobre vazamento de informação.

CAMPO GRANDE. O delegado Alexandre Custódio, da Polícia Federal de Campo Grande (MS), que coordena as investigações da Operação Xeque-Mate, afirmou ontem que concluirá na quarta-feira os dois inquéritos instaurados. Ele deve solicitar a prisão preventiva de pelo menos 20 dos 67 acusados que, na sexta-feira, tiveram a prisão temporária prorrogada por mais cinco dias. Entre os presos cuja preventiva deve ser solicitada, estão o ex-deputado pelo Paraná Nilton Cezar Servo (PSB), apontado como o chefe da máfia dos caça-níqueis, e Dario Morelli Filho, compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os delegados que trabalham no caso passaram o fim de semana analisando os materiais apreendidos e os depoimentos de investigados, e levantando provas que dêem sustentação aos pedidos de prisão. Os pedidos serão analisados em conjunto com o Ministério Público Federal, que designou três procuradores para as investigações. A intenção do MPF é oferecer denúncia contra os acusados já com as preventivas decretadas. Além das ligações gravadas com autorização judicial, os delegados anexarão outras provas aos pedidos.

Hoje, a PF fará acareação entre alguns presos, já que houve divergências de informações nos primeiros depoimentos, semana passada. O delegado da Polícia Federal de Campo Grande Aldo Brandão também será ouvido hoje. Em algumas ligações interceptadas, os acusados citam o nome do delegado, dizendo que Brandão teria alertado sobre a operação da PF para apreender caça-níqueis e prender os envolvidos, entre eles Servo.

Numa conversa telefônica em 19 de abril, Elenilton Dutra Andrade diz a um homem identificado como Alexandre Frozino Ribeiro que o delegado avisou sobre a operação 15 dias antes da realização dela. Segundo a assessoria da PF, desde a interceptação o delegado vinha sendo investigado, mas nada da ligação dele com a máfia dos caça-níqueis foi comprovado. Elenilton é acusado de ser um dos gerentes do esquema de Servo. O delegado sob suspeita atuou nas eleições de 2006, já respondeu pelo setor de passaportes e agora está na delegacia previdenciária da PF em Campo Grande.

*Especial para O GLOBO

COLABOROU Soraya Aggege