Título: Linhas de transmissão à venda em setembro
Autor: Ordoñez, Ramona
Fonte: O Globo, 12/06/2007, Economia, p. 24

BNDES aprova R$360 milhões para pequenas hidrelétricas.

BRASÍLIA e RIO. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pretende realizar, em setembro, o leilão de cerca de 2.800 a 3 mil quilômetros de linhas de transmissão de energia, o equivalente a investimentos de R$2 bilhões. O anúncio foi feito pelo diretor-geral da Aneel, Jerson Kelmann, e pelo ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner. Falta decidir quais serão as linhas. Foram assinados ontem os contratos de concessão de dez novas linhas, leiloadas pela agência em dezembro. Estão previstos investimentos de R$795 milhões para a construção dos empreendimentos, e a entrada em operação comercial das linhas deverá acontecer entre 18 e 22 meses.

- A assinatura é referente a licitações feitas em 2006, que correspondem a mais de 3.200 quilômetros de linhas leiloadas e investimentos de quase R$3 bilhões - disse Kelmann.

As linhas passarão por Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Os contratos terão duração de 30 anos, renováveis por igual período. Este ano, já foram energizados (começaram a funcionar) 157,4 quilômetros de linhas de transmissão. Estão previstos mais 1.983,4 quilômetros até dezembro. As linhas permitem a troca de energia entre as regiões. Isso significa que, na época de seca no Sudeste, é possível enviar energia oriunda do Nordeste.

Kelmann disse que a Aneel está finalizando uma resolução para garantir a qualidade das linhas que já estão em operação. As linhas que ficarem sem funcionar por um prazo acima do permitido sofrerão um desconto em sua receita. Os contratos assinados ontem já trazem essa obrigação. Estão em operação no país 83.947,216 quilômetros de linhas no Sistema Interligado Nacional (SIN).

Deverá haver, no dia 25, reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A expectativa é que a retomada do programa nuclear brasileiro e a construção da usina nuclear Angra 3 sejam incluídas na pauta.

Ontem, o BNDES aprovou financiamento de R$360 milhões para a construção de cinco pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) em Mato Grosso, que terão capacidade instalada total de 91,4 megawatts. A construção de pequenas usinas é defendida por especialistas que condenam grandes complexos hidrelétricos, pois aquelas têm menor impacto ambiental. Os cinco projetos já contam com Licença de Instalação e têm até dezembro de 2008 para entrar em funcionamento. As usinas têm contratos de compra e venda de energia firmados com a Eletrobrás por 20 anos.

(*) Com agências internacionais