Título: Carga tributária bate recorde: 37,3% do PIB
Autor: Novo, Aguinaldo
Fonte: O Globo, 14/06/2007, Economia, p. 30

Pagamento de impostos no primeiro trimestre chega a R$222 bi, um aumento de 10,2% acima da inflação.

SÃO PAULO. A carga tributária (soma de todos os impostos arrecadados pela União, estados e municípios) atingiu 37,3% do PIB no primeiro trimestre deste ano, recorde histórico para o período. O número, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), representou um aumento de 1,03 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2006 (36,27%).

Pelo levantamento do IBPT, para um PIB de R$596,2 bilhões (a preços de mercado) de janeiro a março deste ano, o pagamento de impostos, tributos e contribuições chegou a R$222,39 bilhões. Descontada a inflação do período, isso significou uma variação real de 10,2% em relação à arrecadação no primeiro trimestre de 2006 (de R$195,5 bilhões).

- Ou seja, foi bem mais do que a variação de 4,3% do PIB - comparou o presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral.

Historicamente, explicou o tributarista, é no primeiro trimestre de cada ano que a carga atinge seu maior patamar. A baixa atividade econômica do período coincide, de outro lado, com a concentração de vencimento de vários tributos, como Imposto de Renda, IPVA e IPTU.

Já carga tributária por habitante passou de R$1.047,21, no primeiro trimestre de 2006, para R$1.190,73 neste ano. O aumento neste caso foi de R$143,52 por brasileiro, ou de 13% em termos reais. Ainda pelos dados do IBPT, a arrecadação média por dia de janeiro a março de 2007 bateu em R$2,47 bilhões (contra R$2,17 bilhões em 2006). A cada minuto, União, Estados e municípios arrecadaram R$1,7 milhão.

Os tributos que tiveram as maiores arrecadações nominais foram o ICMS (R$43 bilhões), seguido do Imposto de Renda (R$36,37 bilhões), do INSS (R$33,78 bilhões) e da Cofins (R$23,23 bilhões). Contrariando a afirmação oficial, o IBPT estimou que os tributos recolhidos pela União foram responsáveis por 70% do crescimento da carga tributária no primeiro trimestre deste ano.