Título: Ofusquei até o Alemão do BBB, diz compadre de Lula, depois de ser
Autor: Galhardo, Ricardo
Fonte: O Globo, 15/06/2007, O País, p. 4

SUCESSÃO DE ESCÂNDALOS: Sorridente, ele se levantou para falar com jornalistas.

Morelli foi comemorar a liberdade em reduto de petistas em São Bernardo.

CAMPO GRANDE. Barba feita, banho tomado, depois de dez dias na cadeia, Dario Morelli Filho vestiu uma camisa amarela da grife francesa Lacoste e foi comemorar a liberdade na noite de Campo Grande. Acompanhado da mulher, Soraia, e do advogado Milton Fernando Talzi, Morelli jantou na madrugada de ontem em um restaurante japonês e depois foi para a lanchonete Park"s Burguer, um antigo reduto de petistas sul-matogrossenses, cujo proprietário é Silvio Nucci, ex-secretário de Cultura do governo José Orcírio Miranda, o Zeca do PT.

Sobre o presídio: "É excelente. Muito bom mesmo"

Animado e sorridente, Morelli não se fez de rogado e foi até a mesa de um grupo de jornalistas, pasmos com a desenvoltura do compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nem parecia que havia sido solto quatro horas antes. Irônico, ele se comparou à neo-celebridade Alemão, vencedor do último "Big Brother Brasil", que também mora em São Bernardo do Campo:

- Ofusquei até o Alemão do Big Brother. Agora, São Bernardo tem três homens famosos: o Lula, o Alemão e eu.

Perguntado sobre os dias no presídio federal de Campo Grande, Morelli elogiou a obra realizada pelo governo do compadre Lula:

- É excelente. Muito bom mesmo. Se eu conhecesse o homem que construiu aquilo, daria os parabéns.

Morelli parece ter ficado impressionado com o presídio. Chegou a comentar, em tom elogioso, os muros de dez metros de altura e a rigidez do sistema imposto aos presos.

Nilton Cezar Servo pede transferência para PF

Quando Morelli chegou ao Park"s Burguer, por volta da meia-noite, o local já estava quase vazio, embora uma dupla de músicos ainda tocasse clássicos da MPB. Ele e Soraia tomaram água. O advogado preferiu um chope. Depois de menos de meia hora, todos foram embora. Eles tinham que acordar cedo para embarcar no vôo das 7h30m para São Paulo.

Já Nilton Cezar Servo, apontado pela Polícia Federal como sócio de Morelli em um bingo em Ilhabela, no litoral paulista, tem opinião diferente sobre o local onde continua preso. Ontem, seu advogado, Eldes Rodrigues, protocolou um pedido de transferência do presídio federal para a carceragem da Polícia Federal.

- É em razão da desumanidade daquele regime. Aquilo é duro demais até para um condenado. Imagine para alguém como meu cliente, que ainda pode ser absolvido - justificou o advogado.